Efeitos da administração crônica de Nimesulida e/ou Haloperidol sobre os parâmetros bioquímicos e comportamentais em camundongos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pinto, Lucimar Marques
Orientador(a): Silva, Adriana Lourenço da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6077
Resumo: A esquizofrenia é um transtorno mental grave de evolução crônica, debilitante, que atinge cerca de 1% da população mundial, acarreta sérias consequências para seus portadores e familiares e com importante impacto econômico no sistema de saúde pública. O tratamento da esquizofrenia requer administração a longo prazo de fármacos antipsicóticos entre as quais o haloperidol, um antipsicótico típico, está entre os mais utilizados. No entanto, seus efeitos colaterais limitam o seu uso, destacando, os efeitos extrapiramidais. Seus efeitos farmacológicos, tanto terapêuticos quanto adversos, são resultantes de antagonismo de receptores de dopamina do tipo D2 mesolímbicos e, possivelmente, mesocorticais. Os efeitos extrapiramidais decorrem também deste antagonismo, principalmente em estriado, via mesolímbica-nigroestriatal. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi verificar o efeito da administração crônica de Nimesulida nos sintomas extrapiramidais causados pelo Haloperidol, e a avaliação dos possíveis efeitos da acetilcolina em camundongos. Foram utilizados camundongos machos, inicialmente divididos em 4 grupos (N= 8-10/grupo) e tratados uma vez por semana durante 11 semanas com: G1-Salina (NaCl 0,9%), G2- Tween1%, G3- Haloperidol 7 mg/kg e G4- Haloperidol 14 mg/kg. A partir da 7ª semana, os grupos foram subdivididos para o tratamento adicional com o anti-inflamatório Nimesulida uma vez ao dia, até a 11ª semana (última), formando 7 grupos: G1A- Salina X Salina, G1B- Salina X Nimesulida, G2A- Tween 1% X Salina, G3A- Haloperidol 7 mg/kg X Salina, G3B- Haloperidol 7 mg/kg X Nimesulida, G4A- Haloperidol 14 mg/kg X Salina, G4B- Haloperidol 14 mg/kg X Nimesulida. Os testes realizados in vivo, demonstraram redução no número de bolos fecais em todos os grupos em relação ao controle G1A, que não foi revertido pela nimesulida, redução da atividade locomotora espontânea nos grupos G3A, G4A e G4B e aumento do efeito cataléptico nos grupos G3A e G4A, e reversão destes efeitos pela nimesulida no Grupo G3B. Contudo, esta reversão não ocorre via alteração nas atividades de AChE estriatal e hipocampal, uma vez que, independente dos tratamentos, não verificamos alteração desta enzima. Já no córtex pré-frontal, o haloperidol produziu um aumento da atividade da enzima nos grupos G3A, G4A e G4B, e consequente diminuição da função colinérgica, sendo este efeito revertido pela nimesulida (Grupo G3B). Os resultados deste estudo sugerem uma possível influência da Nimesulida na atividade colinérgica e na reversão dos efeitos extrapiramidais causados pelo Haloperidol.