Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Willrich, Janaína Quinzen |
Orientador(a): |
Kantorski, Luciane Prado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
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Departamento: |
Faculdade de Enfermagem
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4803
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Resumo: |
A crise, considerada a expressão da doença, refere-se ao momento da vida em que o sofrimento é tão intenso que acaba por gerar uma desestruturação psíquica, familiar e social. Situações em que ocorrem vivências conflitivas que geram rupturas com a realidade socialmente aceita e com os laços afetivos que sustentam a pessoa. No contexto da Reforma Psiquiátrica, a crise reflete as rupturas e conflitos familiares e sociais. Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo conhecer os sentidos presentes nas práticas discursivas dos profissionais acerca da atenção à crise nos Centros de Atenção Psicossocial. Dar sentido a um fenômeno é um processo de construção social, de interação intersubjetiva, no qual os sujeitos, a partir de suas práticas discursivas, posicionam-se, reconhecem-se e constroem os termos para a compreensão dos eventos cotidianos. Este estudo caracteriza-se por uma abordagem qualitativa que utiliza a perspectiva teórica do Construcionismo Social. Os dados utilizados fazem parte do banco de dados da pesquisa Avaliação dos Centros de Atenção Psicossocial da Região Sul do Brasil – CAPSUL, que dividiu-se em dois estudos, um quantitativo e outro qualitativo. A avaliação qualitativa concentrou-se em Centros de Atenção Psicossocial I e II de cinco municípios da região sul do país: Alegrete, Joinville, São Lourenço do Sul, Porto Alegre e Foz do Iguaçu. Desenvolvida na forma de estudo de caso, a pesquisa contou com a participação de usuários, familiares e profissionais. Neste estudo, analisamos 27 entrevistas realizadas com profissionais do Centro de Atenção Psicossocial de Alegrete e três diários de campo que descrevem 390 horas de observação do CAPS e da rede de saúde. A análise dos dados ocorreu mediante o entrelaçamento de quatro aspectos: uso dos repertórios interpretativos e mapas de associação de ideias, a literatura investigada durante a pesquisa, a perspectiva teóricometodológica e a interpretação das pesquisadoras produzindo práticas discursivas e sentidos em torno de duas categorias. A primeira, denominada Periculosidade e cidadania: os sentidos que envolvem a crise, refere-se aos sentidos que envolvem a crise, construídos enquanto verdades, fabricados nos jogos de saber/poder expressos a partir do processo de interação entre as pessoas. Os sentidos identificados – periculosidade e cidadania – foram discutidos na busca de compreender sua influência na construção de práticas de atenção à crise. Na segunda categoria, denominada Da violência ao vínculo: construindo novos sentidos para o cuidado da crise no território, discutimos as práticas de atenção à crise no território e os sentidos que estas envolvem. As práticas identificadas foram: acolhimento, acompanhamento do usuário em crise nos diversos serviços da rede de saúde mental (hospital geral, pronto- socorro, residencial terapêutico, além do CAPS), prevenção das situações de crise, contenção mecânica e acionamento da Brigada Militar. Uma das contribuições deste estudo foi demonstrar a necessidade de discussão sobre as práticas de atenção à crise e de construção destas práticas de maneira coletiva partindo de relações de contrato. Outra contribuição está na discussão acerca do trabalho da enfermagem em saúde mental, especialmente neste momento de transição do fazer da enfermagem que busca adequar-se a uma prática interdisciplinar. |