Esporotricose: aspectos clínicos e terapêuticos, correlação com retroviroses e susceptibilidade a compostos químicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nakasu, Ceres Cristina Tempel
Orientador(a): Cleff, Marlete Brum
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7881
Resumo: Esporotricose é uma micose subcutânea, que atinge animais e o homem, sendo causada por fungos do complexo Sporothrix schenckii. O fármaco de eleição para o tratamento da esporotricose em felinos é o itraconazol, e os portadores da micose podem apresentar quadros disseminados mesmo após tratamento com antifúngicos. Os dados epidemiológicos da esporotricose ainda não são totalmente conhecidos na região do estudo, e as escolhas terapêuticas para o tratamento dos felinos variam muito entre os profissionais da área, o que pode estar contribuindo para a resistência fúngica e perpetuação da doença. A coinfecção por retroviroses imunossupressoras como a Imunideficiência viral felina (FIV) e a Leucemia viral felina (FeLV) podem estar presentes em gatos acometidos pela esporotricose. Em contrapartida à resistência de fungos do complexo Sporotrhix schenckii e falhas terapêuticas reportadas, extratos da família Lamiaceae demonstram atividade antisporotrhix. Os objetivos deste estudo foram avaliar pacientes com esporotricose e a resposta aos tratamentos utilizados, diagnosticar a coinfecção por FIV e FeLV, correlacionar a presença de imunossupressão por retrovirose e a variação terapêutica encontrada como fatores de resistência ou recidivas de esporotricose, verificar a atividade in vitro de compostos fenólicos, terpênicos e flavonóides em isolados de Sporothrix brasiliensis. Os compostos isolados ácido caféico, gamaterpineno, ácido p-cumárico, 1,8-cineol e quercetina, presentes em extratos de plantas da família Lamiacea foram testados sobre 15 isolados de S. brasiliensis provenientes de felinos; um S. brasiliensis isolado de canino e 2 cepas-padrão (S.brasiliensis e Sporothrix sp.), totalizando n= 18 amostras. O àcido caféico demonstrou atividade fungistática e fungicida em 100% das amostras testadas, apresentando concentração inibitória mínima (CIM) entre 0,3125 a 0,605 μg mL-1, e concentração fungicida mínima (CFM) entre 0,3025 a 1,25μg mL-1. O gamaterpineno demonstrou atividade antifúngica com CIM e CFM de 0,7575 a >5μg mL-1. Já o p-cumárico apresentou CIM de 0,3788 a >5 mL-1, e CFM de 2,5 a >5 mL-1e por fim, o eucaliptol foi o composto com menor ou nenhuma atividade antifúngica entre os compostos testados, apresentando CIM entre 0,7575 a >10 μg mL-1e CFM >10μg mL-1. A CIM de itraconazol nos isolados testados foi de 0,5 a acima de 16 μg/mL. Os resultados sugerem atividade promissora dos compostos àcido caféico e gamaterpineno, os quais foram efetivos na inibição e destruição de isolados de Sporothrix sp., destacando isolados resistentes ao itraconazol.