Proteômica global de Campylobacter jejuni NCTC11168 sob diferentes condições de pH

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ramires, Tassiana
Orientador(a): Silva, Wladimir Padilha da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8984
Resumo: Campylobacter termofílico é um subgrupo dentro do gênero Campylobacter, formado pelas espécies C. jejuni, C. coli, C. lari e C. upsaliensis, sendo assim denominado devido a sua temperatura ótima de multiplicação oscilar entre 42 °C. Campylobacter termofílicos são, atualmente, as principais bactérias causadoras de doenças transmitidas por alimentos em todo o mundo, além de estarem entre as quatro principais causas globais de doenças diarreicas. Dentre as espécies de Campylobacter termofílicos, a mais relacionada à campilobacteriose é C. jejuni, seguida por C. coli. O principal reservatório de C. jejun são as aves, principalmente os frangos, possivelmente pela temperatura corporal desses animais ser similar à temperatura ótima para a sua multiplicação. Apesar da importância desse patógeno para a saúde pública, pouco ainda se sabe sobre os mecanismos de sobrevivência e de infecção de C. jejuni. Com isso, o objetivo desse estudo foi avaliar a proteômica global de C. jejuni NCTC11168 quando submetido a diferentes condições de pH, simulando barreiras encontradas no organismo humano e em cortes cárneos de frango. Para isso, a cepa padrão C. jejuni NCTC 11168 foi submetida a diferentes valores de pH, a fim de tornar o ambiente in vitro semelhante ao pH gástrico (pH 4,0- o mais ácido no qual houve multiplicação microbiana em testes prévios), ao pH médio de cortes cárneos de frango (pH 5,8) e ao pH intestinal humano (pH 8,0). As proteínas foram extraídas pela técnica single spot (SP3) e a separação, identificação e quantificação das proteínas, foi realizada por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas. Observou-se que houve diferença significativa na síntese de proteínas, nas diferentes condições de pH testadas. Foi constatado que o pH 5,8 foi o que mais favoreceu a síntese de proteínas relacionadas aos mecanismos de defesa de C. jejuni, sendo esse um achado interessante visto que é o pH encontrado nos cortes cárneos, podendo ser um fator que beneficie a sobrevivência do patógeno e consequentemente proporcione a disseminação da campilobacteriose. Além disso, foi identificado aumento na abundância de duas proteínas responsáveis pela geração de energia via respiração anaeróbica (NapA e FrdA) quando em pH 8,0, sugerindo que o pH intestinal induz ao aumento da atividade da cadeia transportadora de elétrons, provavelmente a fim de garantir a homeostase citoplasmática de C. jejuni. A partir dos resultados obtidos no presente estudo, foi possível comprovar que de alguma forma as proteínas de resposta ao estresse (térmico e oxidativo) também estão envolvidas na resposta ao estresse ácido de C. jejuni. Além disso, foi possível verificar que dentre os pH avaliados, o pH 5,8 foi o mais expressivo em termos de respostas ao estresse ácido, sendo uma boa condição a se trabalhada em pesquisas futuras, a fim de se ter um melhor conhecimento sobre a interferência do pH na patogênese de C. jejuni.