Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Cristiane Gomes |
Orientador(a): |
Araldi, Clademir Luís |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
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Departamento: |
Instituto de Filosofia, Sociologia e Politica
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5615
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Resumo: |
Essa pesquisa tem como objetivo explorar a questão niilista no personagem Ivan Karamázov da obra Os Irmãos Karamázov (1880) de Fiódor Dostoiévski e estabelecer uma comparação com a ideia de niilismo na filosofia de Nietzsche. A hipótese dessa investigação é de que apesar das influências literárias de seu tempo e proximidade entre os dois autores, ou como o Nietzsche menciona “parentesco espiritual”, a proposta de Nietzsche não viria de encontro com o implícito filosófico da obra de Dostoiévski. Para isso é necessário fazer uma breve recapitulação conceitual do termo, considerando que o verbete foi interpretado de maneiras diversas até ser expresso como um problema e tornar-se um significativo tema filosófico a partir das reflexões de Nietzsche. A palavra em si, já aparecera em outros debates europeus contudo, em Nietzsche ganhou uma reflexão mais aprofundada. Colocar Nietzsche e Dostoiévski lado a lado, assim como examinar o quanto de Dostoiévski há na filosofia de Nietzsche, já faz parte de uma tradição antiga no âmbito da pesquisa científica, e vem sido trazida por diversos pesquisadores desde o final do século XIX tomando mais força no começa da década de 1920. Há uma grande semelhança entre a ideia de Ivan Karamázov, que “Se não há Deus nem imortalidade da alma, então tudo é permitido” com a máxima citada por Nietzsche “Nada é verdadeiro, tudo é permitido” em Assim Falou Zaratustra, na “Terceira Dissertação” de a Genealogia da Moral e após em seus Fragmentos Póstumos, onde Nietzsche começa a desenvolver essa ideia com mais solidez. Como já antecipado, as conclusões de Dostoiévski partem para o lado oposto. Até mesmo a máxima “Nada é verdadeiro, tudo é permitido” que parece correlacionar-se com a noção de Dostoiévski em uma primeira análise, servirá como uma afirmativa que levará Nietzsche para outra perspectiva pois essa ideia de possui um caráter experimental que será melhor desenvolvida em seus fragmentos póstumos. Nietzsche vai além do descontentamento e a suposta desorientação que a falta de valores morais e referências tradicionais provocam no indivíduo pois, para Nietzsche, os próprios valores eram niilistas, e superá-los seria o primeiro passo para que o homem ultrapasse o nada. |