Fumicultura, saúde e segurança no trabalhador: uma avaliação dos riscos ocupacionais em unidades de produção no município de Canguçu (RS).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Danielle Furtado dos
Orientador(a): Gomes, Mário Conill
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Sistemas Agroindustriais
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
Centro de Ciências Sócio-Organizacionais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8875
Resumo: A agricultura trata-se de um setor primário da economia que, indiscutivelmente, representa uma prática primordial para o desenvolvimento da sociedade, sendo uma das bases para a manutenção da economia mundial. Neste cenário, a fumicultura representa um importante setor agrícola brasileiro. Atualmente o Brasil é segundo maior produtor mundial de fumo e, desde 1993, o maior exportador do produto no mundo, sendo o município de Canguçu o maior produtor de fumo do estado do Rio Grande do Sul (RS) desde 2016. Contudo, neste cenário, os níveis de exposição aos riscos ocupacionais são de fato preocupantes. A literatura referente ao tema aponta que, embora todas as etapas envolvidas no ciclo produtivo do fumo expõem o trabalhador a uma série de riscos ocupacionais com diferentes níveis de intensidade, a fase de colheita mostra-se mais crítica sob a ótica da Saúde e Segurança do Trabalho (SST). Desta forma, o objetivo do presente estudo foi analisar os riscos ocupacionais presentes na colheita do fumo no município de Canguçu através de um modelo multicriterial. Para atender tal objetivo, utilizou-se a Metodologia Multicritério de Apoio à Decisão (MCDA) com foco na avaliação, de modo que fossem ordenados os riscos ocupacionais mais presentes na rotina dos fumicultores. Foram visitadas três Unidades de Produção (UPs), uma onde a colheita é realizada de forma semimecanizada e duas onde é realizada manualmente. Foi possível perceber que em termos de saúde e segurança ocupacional, as demandas indicadas aqui em sua ordem de importância são aquelas relativas à biomecânica, fisiologia e conforto térmico, parecendo todas elas serem de fato críticas. Verificou-se que todas as UPs analisadas obtiveram um desempenho abaixo do que seria o ideal para um trabalho considerado adequado em termos de SST. Ao mesmo tempo, através do modelo, foi possível perceber que as UPs onde a colheita é feita de forma manual, obtiveram uma avaliação global inferior à UP que utiliza máquina para colher fumo, indicando que a colheita executada de forma semimecanizada pode atenuar os riscos considerados mais presentes neste cenário. Por fim, verificou-se a robustez do modelo através da análise de sensibilidade, onde foi possível confirmar a sua estabilidade. Espera-se que os resultados gerados sirvam como subsídio para os órgãos que atuam na fumicultura, auxiliando na definição de prioridades de intervenção no setor e assim, na elaboração e implementação de políticas públicas, leis e normas regulamentadoras. Viabilizando o exercício das atividades ocupacionais com menor exposição a riscos, ampliando a qualidade de vida e o desenvolvimento de todos os envolvidos em atividades agrícolas, direta ou indiretamente.