Efeitos letal e subletal de agrotóxicos registrados para a cultura da soja ao parasitoide Telenomus podisi Ashmead, 1893 (Hymenoptera: Platygastridae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Zantedeschi, Ronaldo
Orientador(a): Grützmacher, Anderson Dionei
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8382
Resumo: A grande importância da soja para o agronegócio brasileiro justifica o investimento realizado para o aumento da produção nacional. Tal aumento de produtividade passa, inevitavelmente, pelo controle de insetos-praga e doenças na cultura, o que é feito, em grande medida, pela aplicação de inseticidas e fungicidas. A aplicação desses agrotóxicos pode causar efeitos letais (curto prazo) e subletais (longo prazo) ao parasitoide de ovos Telenomus podisi Ashmead, 1893 (Hymenoptera: Platygastridae), um dos inimigos mais eficientes no controle biológico do percevejo-marrom Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae). Assim, objetivou-se avaliar os efeitos letal e subletal de 10 agrotóxicos registrados para a cultura da soja a esse parasitoide em laboratório em todas as fases de desenvolvimento do inseto. Foi seguido o padrão da “International Organisation for Biological and Integrated Control” (IOBC) para a classificação dos agrotóxicos quanto a sua seletividade a T. podisi. Nas fases imaturas, os inseticidas a base de indoxacarbe e lambda-cialotrina + tiametoxam provocaram mortalidade de 100% dos adultos emergidos até às 72 horas. Os inseticidas a base de flubendiamida, beta-ciflutrina + imidacloprido, chlorantraniliprole e metoxifenozida + espinetoram variaram em seus efeitos subletais, sendo flubendiamida e chlorantraniliprole os inseticidas mais seguros para serem utilizados, apesar de flubendiamida ter afetado a emergência de F1 em todas as fases de desenvolvimento do parasitoide. Beta-ciflutrina + imidacloprido provocou efeitos subletais na capacidade de parasitismo e emergência de F1, contudo, é uma alternativa para o controle de percevejos-praga na cultura da soja, tendo em vista que os efeitos foram levemente nocivos. Metoxifenozida + espinetoram deve ser utilizado com cautela, tendo em vista a alta mortalidade provocada nas fases de ovo e pupa do parasitoide. Baseado nos efeitos nas fases imaturas de T. podisi, o fungicida mais seguro para aplicação é picoxistrobina + ciproconazole seguido por trifloxistrobina + protioconazol e azoxistrobina + ciproconazol. O fungicida a base de azoxistrobina + benzovindiflupir deve ser evitado tendo em vista o seu efeito drástico na razão sexual de T. podisi em todas a fases imaturas testadas. Todos os agrotóxicos testados afetaram a razão sexual de F1, o que demanda atenção na utilização desses produtos, principalmente com relação ao monitoramento das lavouras, visando a aplicação somente quando os níveis de controle forem alcançados. Na fase adulta de T. podisi, o inseticida diamídico a base de flubendiamida afetou a razão sexual de F1, enquanto chlorantraniliprole não causou efeito letal ou subletal ao parasitoide. Entre os fungicidas testados, trifloxistrobina + protioconazol causou efeito subletal afetando a capacidade de parasitismo e a emergência de F1 e azoxistrobina + benzovindiflupir afetou a razão sexual do parasitoide. Nenhum dos agrotóxicos testados causou efeito letal significativo nas fêmeas de T. podisi tratadas. Os inseticidas diamídicos flubendiamida e chlorantraniliprole são compatíveis com o controle biológico de T. podisi e podem ser recomendados no MIP da cultura da soja. O fungicida trifloxistrobina + protioconazol deve ser utilizado com cautela, tendo em vista que causou efeitos subletais ao parasitoide.