Impacto dos fatores de risco em restaurações estéticas de dentes anteriores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Patias, Rômulo
Orientador(a): Cenci, Maximiliano Sérgio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4561
Resumo: O uso das resinas compostas aumentou consideravelmente nos últimos anos tornando-se amplamente indicado para restaurações em dentes anteriores nas mais diversas situações. Apesar do grande avanço estético destes materiais, a literatura apresenta poucos estudos clínicos acompanhando a longevidade e taxas de falha das resinas compostas em dentes anteriores. Adicionalmente, novos estudos que avaliem fatores relacionados aos pacientes, como o risco de cárie, estresse oclusal, e grandes necessidades restauradoras são necessários para determinar a longevidade das restaurações de forma abrangente. Portanto, dúvidas quanto a longevidade funcional, biológica e estética destes materiais diante das situações clínicas desafiadoras permanecem entre os profissionais e pesquisadores. Partindo destes princípios, o objetivo desta tese é avaliar o impacto de fatores relacionados ao paciente, como risco de cárie e estresse oclusal no desempenho clínico, causas de falha, taxa anual de falha e longevidade de diferentes procedimentos restauradores estéticos de resina composta direta em dentes anteriores. Para tal, foi realizado um estudo clínico prospectivo randomizado utilizando resinas nanohíbridas (IPS Empress direct) e nanopartículadas (Z350 3M ESPE), adesivo autocondicionante (Single bond universal 3M ESPE) ou convencional (Single Bond 2 3M ESPE) com estratificação na randomização para o tipo de cavidade classe III/IV e facetas, e para o risco de cárie. Adicionalmente, foi observada a influência dos materiais para possíveis alterações que podem ocorrer nestas situações como manchamento de superfícies e falhas, com a avaliação das restaurações seguindo os critérios da FDI com um período de acompanhamento variando de até 4 anos. 110 pacientes foram incluídos nesta pesquisa. Na randomização, 49 pacientes foram alocados para o grupo IPS Empress e 61 para o grupo Z350. Durante o acompanhamento, 293 restaurações foram analisadas, 113 realizadas com o compósito nanohíbrido e 180 com o compósito nanoparticulado. O tempo médio de observação de 1,9 anos para o sucesso e de 2 anos para a sobrevivência. As taxas anuais de falha calculadas em 2 e 4 anos de seguimento foram de 15,80% e 15,93% para o sucesso e 8,02% e 15,51% para as taxas de sobrevida. As variáveis do paciente, idade, sexo, risco de cárie e perda dentária não afetaram o sucesso das restaurações, porém o risco de estresse oclusal o fez. O Hazard Ratio (HR) de alto risco de estresse oclusal foi de 1,47 (IC 0,85-2,54), comparado ao baixo risco de estresse oclusal. Nas variáveis dentárias, o tipo de dente, a vitalidade do dente, o sistema adesivo e a resina composta não afetaram o sucesso das restaurações. A variável tipo de restauração influencia a sobrevida das restaurações, com uma HR de 4,50 (IC 1,75-11,51) para a classe IV e 2,90 (IC 1,13- 7,44) para a faceta quando comparada à classe III. A partir dos resultados, conclui-se que perda dentária, tipo de restauração e estresse oclusal é um dos principais fatores determinantes de falha das restaurações em dentes anteriores e fatores de risco dos pacientes são determinantes na longevidade das restaurações e devem ser amplamente avaliados e investigados em futuros estudos clínicos prospectivos.