Campylobacter termofílicos em frangos de corte e em aviários na região sul do Rio Grande do Sul: ocorrência, diversidade genética, perfil de resistência a antimicrobianos e detecção de genes de virulência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ramires, Tassiana
Orientador(a): Silva, Wladimir Padilha da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3369
Resumo: Campylobacter termofílicos são, atualmente, as principais bactérias causadoras de doenças gastrointestinais em todo o mundo. Esse grupo é assim denominado devido a sua temperatura ótima de multiplicação oscilar entre 42 °C e 43 °C, sendo Campylobacter jejuni, C. coli, C. lari e C. upsaliensis, as principais espécies envolvidas nos casos de campilobacteriose em humanos. Dentre essas espécies, a mais relacionada à essa doença é C. jejuni, seguida por C. coli. O principal reservatório desses micro-organismos são as aves, principalmente os frangos, possivelmente pela temperatura corporal desses animais ser similar à temperatura ótima para Campylobacter termofílicos. Com isso, o objetivo desse estudo foi avaliar a ocorrência, a diversidade genética, o perfil de resistência a antimicrobianos e a presença de genes associados à virulência em isolados de Campylobacter termofílicos provenientes de frangos de corte e na cama de aviário em granjas aviárias da região sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Um total de 48 amostras foram coletadas em três diferentes granjas (A, B e C), incluindo uma amostra de swab de arrasto da cama do aviário e 15 pools de amostras de swab de cloaca em cada granja. Das três granjas amostradas, apenas a granja C apresentou contaminação por Campylobacter termofílicos, sendo todos os isolados identificados por técnicas fenotípicas e moleculares como C. jejuni. Dessas 16 amostras positivas, obtiveram-se 28 isolados, sendo 16 pelo isolamento em ágar Preston e 12 do ágar mCCD. A diversidade genética entre os isolados foi avaliada por PFGE, verificando-se que todos os isolados apresentaram um único padrão de macrorestrição, sugerindo clonalidade entre os isolados e a presença de apenas uma fonte de infecção por Campylobacter nessa granja. O perfil de resistência a antimicrobianos foi avaliado pelo teste de disco difusão em ágar, utilizando-se oito antimicrobianos distintos, de três classes diferentes: tetraciclina, quinolonas e macrolídeos. Os isolados apresentaram perfil similar de resistência a antimicrobianos, sendo resistentes às quinolonas e tetraciclinas e sensíveis aos macrolídeos. Devido a relação clonal e ao perfil de resistência similar, um isolado representativo foi selecionado para detecção dos genes de virulência. A técnica de PCR foi utilizada para detectar a presença dos genes ciaB, cadF, cdtA, cdtB e cdtC, sendo o isolado selecionado positivo todos os genes pesquisados. Dessa forma, a presença de C. jejuni resistente a antimicrobianos e com potencial de virulência em frangos de corte prontos para o abate e na cama de aviário durante o período de produção é um risco à saúde pública, pois esses micro-organismos podem ser introduzidos no ambiente do abatedouro e contaminar as carcaças durante o abate.