Iscas tóxicas no controle de Linepithema micans (Forel, 1908) (Hymenoptera: Formicidae) e Eurhizococcus brasiliensis (Wille, 1922) (Hemiptera: Margarodidae) na cultura da videira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Andzeiewski, Simone
Orientador(a): Botton, Marcos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3672
Resumo: A pérola-da-terra Eurhizococcus brasiliensis (Wille, 1922) (Hemiptera: Margarodidae) é uma cochonilha subterrânea que ataca raízes de plantas cultivadas e silvestres. A espécie é considerada a principal praga da videira no Brasil. No primeiro ínstar, a dispersão da cochonilha é realizada com o auxílio de formigas doceiras principalmente a Linepithema micans (Forel, 1908) (Hymenoptera: Formicidae) que se associa à cochonilha na busca de excrementos açucarados. Nesse trabalho, foi avaliado o efeito de iscas tóxicas a base de hidrametilnona no controle de L. micans, e consequentemente, na infestação de E. brasiliensis em novos plantios de videira. Inicialmente foi realizado um experimento em vasos em casa de vegetação em outubro de 2014 com a finalidade de selecionar formulações de iscas tóxicas à base de hidrametilnona (“grânulo pequeno”, “grânulo grande”, tipo “cereal” e gel) para o controle de L. micans. As iscas tóxicas foram oferecidas ad libitum em porta-iscas com substituição semanal. As avaliações foram realizadas semanalmente registrando o número de formigas forrageando a cada 10 minutos durante uma hora sobre uma solução aquosa de açúcar invertido 70%. A melhor formulação de isca tóxica selecionada em casa de vegetação foi avaliada a campo em dois experimentos, realizados em áreas naturalmente infestadas pela pérola-da-terra e por L. micans. No primeiro, foram efetuadas aplicações semanais de 450 g/ha da isca tóxica em Flores da Cunha, RS, e no segundo, foi avaliado uma e três aplicações semanais da mesma dose em Caxias do Sul, RS. Mudas do porta enxerto Paulsen 1103 foram plantadas em agosto de 2014 para o experimento em Flores da Cunha e em novembro de 2015 no experimento de Caxias do Sul, respectivamente. O monitoramento populacional das formigas foi feito semanalmente através de armadilhas subterrâneas do tipo “pitfall” utilizando mel e sardinha embebidos em algodão. A avaliação dos experimentos foi realizada em maio de 2015 (Flores da Cunha) e 2016 (Caxias do Sul), contando o número de cochonilhas presentes nas raízes. No experimento em casa de vegetação, a isca tóxica a base de hidrametilnona formulada em “grânulo pequeno” e “grânulo grande” controlaram a população de formigas nas primeiras quatro semanas após o fornecimento da isca. A isca tóxica formulada em gel também proporcionou mortalidade de 100% da população de formigas, no entanto seu controle foi mais lento, quando comparado as outras formulações. A isca “cereal” não proporcionou controle das formigas. A isca tóxica formulada em “grânulo pequeno” selecionada como a mais eficaz em casa de vegetação, fornecida semanalmente no campo, controlou a população de L. micans em 100% reduzindo a infestação da 8 pérola-da-terra em 99,9%. Quando o número de aplicações da isca foi reduzido para 1 a 3, houve um controle de 100% na população de formigas no tratamento que recebeu três aplicações até a quarta semana após o fornecimento da isca, porém as colônias se restabeleceram ao longo do experimento e os tratamentos (uma e três vezes) não foram eficazes no controle das espécies. Conclui-se que a formulação granulada à base de hidrametilnona “grânulo pequeno” é eficiente no controle de L micans em casa de vegetação e em aplicações semanais no campo. Aplicações de uma e três vezes da isca tóxica não proporcionaram controle satisfatório das espécies sendo necessário ajustar o número de tratamentos para um controle eficaz e econômico de E. brasiliensis e L. micans.