Educação permanente de médicos e enfermeiros e desempenho das Unidades Básicas de Saúde: o caso do Curso de Especialização em Saúde da Família UFPel – UNA-SUS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fassa, Maria Elizabeth Gastal
Orientador(a): Facchini, Luiz Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3835
Resumo: A expansão da Estratégia de Saúde da Família tem sido dificultada, entre outros fatores, pela escassez de profissionais com disponibilidade para atuar em áreas remotas e vulneráveis do Brasil aliada à escassez de profissionais com formação em Atenção Primária à Saúde. Neste contexto, foi estabelecida a rede Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde, da qual a Universidade Federal de Pelotas faz parte, com a finalidade de ofertar cursos de especialização em Saúde da Família, através de educação a distância, a profissionais inseridos na Atenção Básica. O propósito do Curso de Especialização em Saúde da Família da Universidade Federal de Pelotas é melhorar a atenção à saúde prestada à população no serviço de atenção básica no qual o especializando está inserido. O objetivo deste estudo foi avaliar a contribuição deste Curso para o desempenho das unidades básicas de saúde. Trata-se de um estudo transversal, aninhado a uma intervenção comunitária, com dados secundários que registraram a evolução de indicadores obtidos durante as intervenções dos alunos em ações programáticas típicas da atenção primária à saúde: pré-natal e puerpério, saúde da criança, detecção precoce de câncer de colo de útero e de mama, saúde dos usuários com hipertensão e ou diabetes mellitus, saúde da pessoa idosa. Foram coletados dados de todas as intervenções realizadas por enfermeiros e médicos que concluíram o Curso nas turmas que se desenvolveram de julho de 2011 a dezembro de 2015. No relatório do trabalho de campo são apresentados resultados selecionados de 1817 intervenções, tendo se observado, em relação ao perfil dos egressos, grande predominância de médicos (81,1%), do sexo feminino (63,4%), pertencentes a programa de provimento (80,7%), sendo mais da metade do total (53,8%) pertencentes ao Projeto Mais Médicos para o Brasil. Observou-se também a predominância de intervenções focadas na atenção à saúde de usuários portadores de hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes melittus (35,4%). Esta foi a ação programática escolhida por 38,7% dos médicos e por 20,4% dos enfermeiros, mas não foi a primeira escolha dos enfermeiros, cuja primeira escolha foi detecção precoce de câncer de colo de útero e de mama (24,9%). O artigo sobre saúde da pessoa idosa analisa 204 intervenções em Saúde do Idoso de acordo com o vínculo ou não do estudante ao Projeto Mais Médicos para o Brasil. Neste artigo, calculou-se a diferença de cobertura entre o terceiro e o primeiro mês de intervenção e o percentual atingido ao final do terceiro mês, quando comparado às metas, em relação aos indicadores de qualidade. Observou-se aumento médio de cobertura de 35,7 pontos percentuais, maior entre intervenções de participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil comparadas às conduzidas por não participantes. Comparadas às intervenções conduzidas por médicos e enfermeiros brasileiros, as conduzidas por cubanos apresentaram maior diferença nas coberturas – 26,0 pp (22,4; 29,7) e 45,5 pp (41,8; 49,1), respectivamente. Indicadores de qualidade como realização de avaliação multidimensional rápida, exame clínico em dia e avaliação da necessidade de tratamento odontológico apresentaram melhor desempenho ao final da intervenção quando conduzidas por profissionais vinculados ao Projeto Mais Médicos para o Brasil.