Variabilidade dos componentes de produtividade em pomar de pessegueiro irrigado em função da granulometria do solo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Monteiro, Alex Becker
Orientador(a): Timm, Luís Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Manejo e Conservação do Solo e da Água
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3213
Resumo: A região de Pelotas é responsável por 90% da produção de pêssego no estado do Rio Grande do Sul (RS), possuindo condições favoráveis de clima e solo para a sua produção. Alguns aspectos ligados ao sistema de produção de pêssego na região merecem ainda atenção especial, principalmente a necessidade ou não da irrigação do pessegueiro. O objetivo desse trabalho foi avaliar a variabilidade da produtividade do pessegueiro irrigado, cultivar Esmeralda, em função da irrigação e dos atributos do solo ligados a granulometria. O estudo foi realizado em um pomar de pessegueiro, cultivar Esmeralda, localizado no município de Morro Redondo-RS. A partir da aplicação da Teoria das Variáveis Regionalizadas, duas áreas homogêneas foram demarcadas em função da classe textural do solo, sendo classificadas como Franco Arenosa e Franco Argilo Argilosa. Foram avaliadas quatro linhas de plantas de pessegueiro, sendo duas com e duas sem irrigação, onde foram selecionadas 20 plantas em cada classe textural por meio da avaliação do diâmetro de tronco ao longo de cada linha (10 plantas em cada área homogênea), resultando em um total de 80 plantas. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x2. O sistema por gotejamento foi utilizado para a irrigação das plantas, sendo o manejo da irrigação baseado na reposição da evapotranspiração da cultura duas vezes por semana. Monitorou-se o potencial de água no ramo (w) em uma planta em cada combinação classe textural com irrigação e classe textural sem irrigação utilizando uma câmara de pressão tipo "Scholander". O conteúdo de água no solo foi monitorado próximo as plantas onde foi medido o w com o auxílio de uma sonda de capacitância modelo Diviner 2000®, nas profundidades de 0,10, 0,20 e 0,30 m. Os componentes de rendimento do pessegueiro avaliados foram o número de frutos por planta (NF), produção por planta (PP), peso dos frutos por planta, firmeza de polpa e sólidos solúveis totais; os parâmetros de crescimento avaliados foram taxa de crescimento de frutos, taxa de crescimento de ramos e crescimento relativo do diâmetro de caule (CC). Primeiramente, foi realizada uma análise exploratória de cada conjunto de dados por meio da estatística descritiva. Também, foi aplicada a análise de variância dos dados para experimentos bifatoriais no delineamento inteiramente casualisado considerando dois níveis do fator irrigação (com e sem irrigação) e dois níveis do fator classe textural de solo (Franco Arenosa e Franco Argilo Arenosa). A partir dos 9 resultados, conclui-se que: i. a irrigação aumenta a variabilidade da produtividade do pessegueiro independente da classe textural avaliada, ii. a evapotranspiração potencial apresenta relação negativa com o potencial de água no ramo do pessegueiro, mostrando ser um indicativo do estado hídrico da cultura, iii. a irrigação aumenta o crescimento vegetativo do pessegueiro irrigado, porém não apresenta influencia na produtividade da cultura, iv. o manejo da irrigação, baseado na reposição da evapotranspiração potencial, não foi suficiente para manter as plantas de pêssego em boas condições de hidratação em função do potencial de água no ramo, v. a irrigação aumenta a firmeza de polpa na cultura do pessegueiro adequando o produto para a industrialização, vi. a cultura do pessegueiro tolera pequenos déficits hídricos aumentando o teor de sólidos solúveis totais adequando o produto para o consumo in natura, e vii. a irrigação antecipa a etapa de colheita no pomar de pessegueiro, aumenta o crescimento do diâmetro dos frutos e do tamanho dos ramos independente da classe textural avaliada.