Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Bohm, Bianca Conrad |
Orientador(a): |
Bruhn, Fábio Raphael Pascoti |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Veterinária
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14474
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Resumo: |
Doenças tropicais negligenciadas, como a dengue e a leptospirose, representam um grande problema de saúde pública e afetam principalmente populações carentes. A dengue, uma arbovirose transmitida pelos mosquitos do gênero Aedes aegypti, está em constante expansão global. Devido ao seu impacto socioeconômico é necessário a elaboração de ferramentas que auxiliem tanto no diagnóstico quanto o controle da disseminação dos vetores. A leptospirose, apesar de ser uma doença de importância mundial, apresenta altos índices de subnotificação. É um agravo com pouca visibilidade da mídia e que recebe pouco investimento do poder público e das indústrias farmacêuticas. No Brasil, uma das maneiras de conhecer a dinâmica destas doenças é através do monitoramento dos Sistemas de Saúde, que copilam as fichas de notificação e disponibilizam de forma anonimizada para estudos epidemiológicos. Esta tese é composta por cinco artigos científicos com os seguintes objetivos, respectivamente: Avaliar a relação de casos e óbitos por dengue e a relação com a vulnerabilidade social; Treinar modelos de aprendizado de máquina para a triagem de casos de dengue; Analisar a completude das fichas de notificação dos dados de leptospirose no Rio Grande do Sul; Aplicar modelos de aprendizagem de máquina para realizar a triagem de casos de leptospirose utilizando dados de identificação do paciente e dos sinais clínicos; Avaliar a dinâmica espaço temporal de casos de dengue e ovos de Aedes aegypti em Belo Horizonte. Todos os estudos utilizaram dados do sistema de vigilância passiva. Artigo 1: As taxas de incidência e letalidade da dengue e sua relação com sexo, idade, escolaridade, cor da pele e vulnerabilidade social foram estudadas por meio de testes qui-quadrado, análises de mínimos quadrados ordinários (MQO) e regressão geograficamente ponderada (GWR). Os resultados demonstraram que o aumento de casos de dengue teve relação direta com áreas de maior vulnerabilidade social e com maior número de pessoas em idade ativa. Além disso, a doença é mais grave em pessoas autodeclaradas negras, idosas e do sexo masculino. Artigo 2: Foram utilizados dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais dos anos de 2016 e 2019 para treinar os algoritmos de aprendizado de máquina. Os algoritmos Árvore de Decisão e Perceptron Multicamadas (MLP) alcançaram os melhores resultados nas métricas de decisão, com uma precisão de 98%. Artigo 3: Foi realizado um estudo ecológico avaliando o grau de completude dos dados de leptospirose nos municípios do Rio Grande do Sul. Observou-se que 79,29% dos municípios deixaram alguma ficha de notificação com o campo “classificação final” em branco ou preenchido com o número 8 (ignorada). Observou-se que informações referentes a escolaridade, ocupação, caso anterior em humanos ou animais e diagnóstico laboratorial foram que apresentaram as maiores taxas de incompletude. Artigo 4: Foram utilizados dados oriundos das fichas de notificação de leptospirose do estado do Rio Grande do Sul, no período de 2007 a 2019. Para a seleção dos atributos mais relevantes, foi utilizada a técnica do chi-quadrado. O modelo de classificação Random Forest alcançou uma acurácia de 0.6638. Artigo 5: Foram analisados dados relativos ao número de ovos e casos coletados pela vigilância no município de Belo Horizonte. Verificou-se que os distritos Barreiro, Norte e Nordeste apresentaram clusters de risco para ocorrência de casos e aumento no número de ovos. Na avaliação de tendencia temporal observouse uma diminuição dos casos a partir de 2016, porém houve o aumento do número de ovos. Estes estudos visam contribuir para o entendimento e controle dessas doenças, auxiliando o sistema de vigilância com ferramentas eficazes para o diagnóstico, monitoramento e intervenção. |