Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Morais, Maíra Chagas |
Orientador(a): |
Bernardi, Daniel |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade
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Departamento: |
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7569
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Resumo: |
Dentre os artrópodes-praga de maior importância na fruticultura brasileira, estão as moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae), com destaque para Anastrepha fraterculus Wiedemann, 1830 e Ceratitis capitata Wiedemann, 1824. Contudo, a partir de 2014, Drosophila suzukii Matsumura, 1931 (Diptera: Drosophilidae) ganhou status de principal praga de frutos de tegumento fino, devido à capacidade das fêmeas de perfurar frutos intactos para oviposição. Para as três espécies, o controle químico com a utilização de inseticidas sintéticos é a estratégia mais utilizada de manejo em campo. Diante do elevado número de aplicações (de 4 a 6 por safra), surgem preocupações quanto aos efeitos gerados na entomofauna benéfica e a probabilidade de evolução da resistência aos inseticidas. Frente a isso, o objetivo do presente estudo foi conhecer a suscetibilidade de populações geograficamente distintas de A. fraterculus, C. capitata e D. suzukii a inseticidas, bem como avaliar os efeitos letais, subletais e transgeracionas de inseticidas sobre o parasitoide Trichopria anastrephae Costa Lima, 1940 (Hymenoptera: Diapriidae), considerado o principal parasitoide pupal de D. suzukii no Brasil. Através de bioensaios de ingestão utilizando uma população suscetível de referência de A. fraterculus, C. capitata e D. suzukii, foram definidas as concentrações letais (CL50 e CL90) e as concentrações diagnósticas (com base nos valores de CL99) de diferentes inseticidas. Para a população suscetível de referência de A. fraterculus, os inseticidas apresentaram baixos valores de CL50 em relação a suscetibilidade a lamba-cialotrina (6,34 µg i.a./mL), malationa (6,54 µg i.a./mL) e espinosade (8,76 µg i.a./mL). A população suscetível de laboratório de C. capitata teve resposta semelhante de concentração letal (CLs), sendo espinosade (1,30 µg i.a./mL), espinetoram (2,76 µg i.a./mL) e malationa (7,10 µg i.a./mL), contudo foram determinadas CLs significativamente mais elevadas para lamba-cialotrina (76,55 µg i.a./mL). Da mesma forma, os valores de CL50 para deltametrina (0,67µg i.a/mL), malationa (3,30 µg i.a/mL), espinosade (4,16 µg i.a/mL), espinetoram (4,75 µg i.a/mL) foram menores para população suscetível de D. suzukii que abamectina (15,02 µg i.a/mL), acetamiprido (39,38 µg i.a/mL) e tiametoxam (70,15 µg i.a/mL). As concentrações diagnósticas de cada inseticida causam mortalidade superior a 90% para as três espécies, sugerindo uma baixa variação interpopulacional na suscetibilidade. Ao avaliar a toxicidade letal, subletal e os efeitos transgeracionais dos inseticidas abamectina, deltametrina, malationa, espinetoram e tiametoxam sobre adultos de T. anastrephae durante as gerações F0, F1 e F2, foi verificado que na geração F0, malationa foi o único inseticida que provocou 100% de mortalidade dos parasitoides. Contudo, todos os inseticidas avaliados afetaram a taxa de parasitismo, sendo classificados como moderadamente e levemente nocivos. Na geração F1 do parasitoide, a emergência também foi afetada, classificando os inseticidas malationa, deltametrina, espinetoram e tiametoxam como moderadamente a levemente nocivos. Contudo, o inseticida abamectina foi classificado como inócuo. Na geração F2 os inseticidas avaliados não causaram efeitos negativos sobre o parasitoide T. anastrephae sendo classificados como inócuos. As concentrações diagnósticas definidas podem ser utilizadas em programas de monitoramento de resistência no Brasil. Assim como, para se estabelecer um programa de MIP o conhecimento da toxicidade dos inseticidas ao parasitoide T. anastrephae é fundamental para manter a sustentabilidade do sistema de manejo. |