Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Nörnberg, Sandro Daniel |
Orientador(a): |
Grützmacher, Anderson Dionei |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade
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Departamento: |
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5784
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Resumo: |
O gorgulho-do-milho Sitophilus zeamais Motschulsky, 1855 (Coleoptera: Curculionidae) é um inseto-praga típico de grãos armazenados que tem atacado frutíferas de clima temperado, com destaque para as culturas do pessegueiro e macieira na região Sul do Brasil. A falta de uma ferramenta de controle inviabiliza o manejo deste insetopraga em pomares, resultando em prejuízos econômicos aos fruticultores, bem como pode representar um risco ao manejo integrado de pragas e por consequência a busca por uma agricultura sustentável. O estabelecimento de um sistema de manejo em pomares implica primeiramente conhecer a bioecologia deste inseto-praga, para a determinação de um sistema de monitoramento e controle eficientes. Neste contexto, este trabalho objetivou estudar a bioecologia e controle do gorgulho-domilho S. zeamais em pêssego e maçã, tendo como objetivos específicos: (i) determinar a dinâmica populacional e distribuição de ataque em pomares de pêssegueiro (cultivares de ciclo precoce e tardio) e pomar de macieira, identificando a espécie coletada em cada pomar; (ii) relacionar o ataque do gorgulho-do-milho com danos diretos e indiretos em pêssego; (iii) caracterizar o dano devido a oviposição e avaliar o desenvolvimento de S. zeamais em pêssego e maçã; (iv) avaliar as respostas comportamentais de S. zeamais aos voláteis emitidos por pêssego e maçã; (v) avaliar a eficiência de controle e persistência de agrotóxicos para o manejo de S. zeamais em pomar de pessegueiro. Os resultados mostram que todos os insetos coletados em pêssego e maçã nas áreas estudadas, na região de Pelotas, RS, foram identificados como S. zeamais, sendo que o ataque concentra-se na fase de colheita, em frutos maduros, tanto em cultivares precoces como tardias de pessegueiro e na cultivar de maçã Eva. Em pessegueiro foi observado, em duas safras, um período de ataque de até quatro semanas, enquanto que em macieira, o período de ataque observado foi de sete semanas. No início da infestação dos pomares (pessegueiro e macieira) foi observado um maior número de machos, ocorrendo principalmente nos frutos do terço superior da planta (> 1,7m), sendo em seguida no terço médio (entre 1,0 e 1,7 m), no qual se concentrou o maior número de frutos atacados. Em pomares de pessegueiro, observaram-se diferenças no ataque em pêssegos verdes e maduros, o que foi comprovado em bioensaio realizado, onde em condições de infestação artificial, em frutos verdes os danos devido a alimentação foram em menor grau quando comparados ao frutos maduros. O tempo de permanência dos gorgulhos sob os frutos, bem como a densidade de insetos, influência diretamente os danos diretos e indiretos em pêssego, sendo que quanto maior o número de gorgulhos sob o fruto, menor é o tempo necessário para o início da queda e da incidência da podridão parda. A presença de um inseto durante dois dias se alimentando em pêssego maduro pode favorecer a queda de 50% dos frutos enquanto que em frutos verdes observou-se um máximo de 40% de queda de frutos somente com oito gorgulhos durante oito dias em contato com os frutos. Os danos provocados pela alimentação de S. zeamais e por meios mecânicos, associados a presença de Monilinia fructicola, favorecem a ocorrência da podridãoparda em pêssego em condições de campo. Sendo assim, os danos devido a alimentação de S. zeamais em pêssego favorecem a queda de frutos e a incidência da podridão parda. Contudo, os danos não se restringem apenas a alimentação, visto que estudou-se a biologia S. zeamais pêssego e maçã e observou-se a oviposição e o o desenvolvimento das fases imaturas e a emergência de adultos, demonstrando pela primeira vez que S. zeamais se utiliza dos hospedeiros alternativos como pêssego e maçã para alimentação e oviposição. Frutos de pêssego e maçã apresentam efeito sobre a longevidade de machos e fêmeas do gorgulho do milho, S. zeamais, quando estes se alimentam por um período superior a oito dias. Em testes utilizando olfatometria, verificou-se que possivelmente adultos de S. zeamais são atraídos aos pomares por compostos voláteis de pêssego e maçã no estádio maduro. Curiosamente, observou-se que os compostos voláteis de frutos de pêssego no estádio maduro apresentam maior atratividade que voláteis emitidos por grãos de milho, enquanto que voláteis emitidos por frutos no estádio verde não possuem atratividade. Como alternativa imediata de controle de S. zeamais em pomares de pessegueiro e macieira, tem-se a possibilidade de utilização de alguns inseticidas, os quais foram testados em condições de campo e laboratório, sendo que os inseticidas [i.a./produto comercial/(ml ou g.100L)] malationa/Malathion® 1000 CE (200), fosmete/Imidan® 500 PM (200), e fentiona/Lebaycid® 500 CE (100) apresentaram baixa persistência após a pulverização dos tratamentos em condições de campo, enquanto que o inseticida tiametoxan/Actara® 250 WG (30) mostrou persistência superior aos demais inseticidas testados e apresenta potencial para registro nas culturas do pessegueiro e macieira. |