Estresses abióticos em plantas de Ricinus communis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Dalberto, Davi Silva
Orientador(a): Bacarin, Marcos Antonio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal
Departamento: Instituto de Biologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3574
Resumo: Dentre as espécies vegetais oleaginosas utilizadas como fonte renovável de combustíveis e matéria prima industrial, a mamona (Ricinus communis L.) tem grande destaque em virtude do alto teor de óleo nas sementes e conteúdo de ácido ricinoléico (80-90% da composição dos ácidos graxos), além de sua rusticidade. Em razão da necessidade de aumentar a produção vegetal de forma a suprir as necessidades energéticas frente ao rápido crescimento populacional, o entendimento de como os fatores ambientais alteram a fisiologia das plantas é de grande interesse, uma vez que as plantas são frequentemente expostas a estresses abióticos. Neste trabalho foi avaliado o efeito de estresses ambientais como seca, alagamento do solo e exposição à baixa temperatura sobre a capacidade fotossintética e crescimento de plantas jovens de mamona. No primeiro experimento, plantas jovens de mamona das cultivares ‘BRS Gabriela’ e ‘IAC Guarani’ foram cultivadas em casa de vegetação. Quando apresentaram o par de folhas primárias expandido, as mesmas foram submetidas ao estresse por seca por 36 dias. No segundo experimento, plantas jovens de mamona das cultivares ‘AL Guarany 2002’ e ‘IAC Guarani’ foram cultivadas na mesma condição do primeiro experimento. Quando apresentaram sete a oito folhas foram submetidas ao alagamento do solo por cinco dias. No terceiro ensaio, plantas jovens de mamona das cultivares ‘AL Guarany 2002’, ‘BRS Gabriela’ e ‘IAC Guarani’ foram submetidas ao frio quando apresentaram o par de folhas primárias, pela transferência para condições naturais de campo no período de inverno. No primeiro experimento, a redução da fotossíntese ocorreu em função do aumento da resistência estomática com o decorrer do estresse, e posteriormente, pelo aumento de centros de reação inativos e da dissipação da energia absorvida, sendo observado redução dos índices de performance aos 36 dias estresse. Foi detectado que as plantas estressadas apresentaram menor crescimento. No segundo experimento, a redução da assimilação de carbono ocorreu em função da menor abertura estomática em conjunto com a redução da eficiência de carboxilação. Por outro lado, a atividade da cadeia transportadora de elétrons foi estimulada quando as plantas estão em condições de alagamento do solo, sendo registrado aumento dos índices de performance em relação ao controle. No terceiro experimento, a exposição às baixas temperaturas afetou o funcionamento do aparato fotossintético, reduzindo a atividade fotoquímica e o fluxo de elétrons pelo interssistema. O tempo para alcançar fluorescência máxima aumentou nas plantas expostas às baixas temperaturas. Foi identificado que a atividade do fotossistema II foi mais sensível do que o do fotossistema I em plantas de mamona expostas às baixas temperaturas. No entanto, apesar dos danos ocorridos ao aparato fotossintético durante o estresse, as plantas jovens de mamona apresentaram capacidade de recuperação após o retorno à casa de vegetação com temperatura normal. Portanto, durante o desenvolvimento deste trabalho, pode-se notar que os estresses alteraram a atividade fotossintética das plantas de mamona com intensidade e mecanismos distintos, sendo observando menor tolerância da cultivar ‘IAC Guarani’ aos estresses hídricos estudados neste trabalho, quando comparada às cultivares ‘AL Guarany 2002’ e ‘BRS Gabriela’, enquanto que no estresse por baixas temperaturas as três cultivares apresentaram comportamento semelhante, sendo a cultivar BRS Gabriela menos sensível a esse estresse.