Chá verde versus Kombucha: potencial bioativo e efeitos no tratamento da colite ulcerativa em camundongos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Jordan Teixeira
Orientador(a): Pieniz, Simone
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/9821
Resumo: A colite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal caracterizada pela inflamação espontânea e reincidente do cólon. O chá verde e a kombucha são bebidas com alto potencial terapêutico, devido a sua alta concentração de compostos bioativos, que conferem as bebidas elevado potencial antioxidante e anti-inflamatória. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo realizar a caracterização fisíco-química, antioxidante e enzimática do chá verde e da kombucha por meio de análises de pH, acidez, teor de sólidos, determinação de compostos fenólicos, potencial antioxidante por meio dos métodos 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) e pela reação as substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), e ação enzimática (alfa-glicosidase), assim como avaliar seu potencial anti-inflamatório frente ao modelo de colite ulcerativa induzida por ácido acético (4%) em camundongos C57BL6 (n=72). Os animais foram divididos randomicamente em seis grupos: controle (n=12), controle + chá verde (n=12), controle + kombucha (n=12), ácido acético (n=12), ácido acético + chá verde (n=12) ou ácido acético + kombucha (n=12). Os tratamentos com chá verde ou kombucha foram administrados por gavagem ao longo de 7 dias, sendo monitorado o consumo alimentar (CA) e o índice de atividade da doença (IAD). No 8º dia, os animais foram eutanásiados e realizou-se a determinação dos níveis plasmáticos da proteína C reativa (PCR) e análises macroscópicas e microscópicas do cólon. Como resultados, observou-se que a kombucha apresentou menor pH, maior teor de acidez e de sólidos comparada ao chá verde. Quanto a concentração de compostos fenólicos totais pelo método Folin Ciocalteu, não houve diferença significativa entre as bebidas (p>0,05). Na análise antioxidante pelo ensaio de DPPH observou-se que tanto o chá verde quanto a kombucha apresentaram capacidade antioxidante significativa em remover o radical DPPH, quando comparados ao controle; porém, quando analisada a inibição da peroxidacao lipídica por meio do método de TBARS, observou-se que o chá verde apresentou capacidade antioxidante, já a kombucha exibiu capacidade pró-oxidante por este método. Ambas as bebidas apresentaram atividade inibitória significativa da enzima α-glicosidade, entretanto, o chá verde apresentou maior percentual de inibição. Os tratamentos com chá verde e kombucha apresentaram efeito anti-inflamatório intestinal nos camundongos, reduzindo de forma significativa o escore histológico e macroscópico de inflamação. Os tratamentos também reduziram os níveis plasmáticos da PCR dos animais colíticos a níveis similares aos dos grupos controle. Com base nas análises histológicas do cólon, o tratamento com kombucha se mostrou o mais eficaz, apresentando redução significativa no dano as criptas intestinais, além de atenuar a perda das células caliciformes. Nenhum dos grupos apresentou alterações significativas quanto ao CA e IAD. Com base nos resultados apresentados, pode-se concluir que tanto o chá verde quanto a kombucha apresentam elevado potencial antioxidante e de inibição enzimática, assim como efeito terapêutico anti-inflamatório na colite ulcerativa induzida em camundongos.