Festa, dança e alegria: uma etnografia musical pomerana ao sul do sul do Brasil – São Lourenço do Sul/RS.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Danilo Kuhn da
Orientador(a): Nogueira, Isabel Porto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5481
Resumo: Essa etnografia musical pomerana ao sul do sul do Brasil principia do meu engajamento docente ao Projeto Pomerando, onde tive meus primeiros contatos com a língua e com a música pomerana. Esse projeto foi desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Germano Hübner, situada na localidade de Santa Tereza, 3º Distrito de São Lourenço do Sul, zona rural. A etnografia percorreu, primeiramente, um período (auto/pré)etnográfico, objetivando o situar-se do etnógrafo e a devida entrada de campo. Um período subsequente buscou o amadurecimento e o aprofundamento metodológico e teórico, dirigido à metodologia de pesquisa e à utilização da Nova Musicologia e do conceito de memória cultural, da Etnomusicologia e da etnografia musical, da História Oral, da fotografia, da Organologia, e dos conceitos de hibridismo cultural e de tempo histórico como categorias de análise. Após, a comunidade pesquisada, os descendentes de pomeranos da Serra dos Tapes, foi contextualizada à luz da historiografia acerca dos pomeranos e seu processo emigratório, e da reflexão concernente à memória, à identidade e ao patrimônio cultural pomerano na região. Então, finalmente, realizei uma etnografia musical pomerana propriamente dita, através da análise de algumas canções tradicionais pomeranas registradas previamente, à luz da Nova Musicologia e da memória cultural, e de minha inserção, enquanto bandoneonista, em uma bandinha pomerana da região, o Musical Boa Esperança, período que possibilitou uma análise do contexto musical alemão/pomerano de dentro do mesmo. Após a referida etnografia, houve espaço para pesquisas complementares onde outros aspectos da memória e da identidade pomeranas foram abordados por meio de entrevistas de História Oral – com bandoneonistas locais e uma filha de um falecido luthier de bandoneons da região – e de análise organológica de fotografias pretéritas – continentes da presença da música na comunidade estudada. Houve, ainda, espaço para discussão sobre o aspecto mais evidente da etnografia musical empenhada, a saber, o hibridismo, enquadrado na moldura de um conceito de tempo histórico. Concluiu-se que, apesar do evidente hibridismo – um futuro presente, seu horizonte de expectativas, associado ao desejo de atualização –, a música alemã/pomerana praticada na Serra dos Tapes no presente permanece ligada às suas raízes – ao seu passado presente, seu espaço de experiência, vinculado às suas tradições musicais –, situada em um ponto de equilíbrio cultural tal que a comunidade local a reconhece e a respalda.