A transição agroambiental no contexto da fumicultura: caminhos e obstáculos na ótica dos agricultores familiares da sub-região centro do Vale do Rio Pardo, RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Lima, Ronaldo Guedes de
Orientador(a): Wizniewsky, José Geraldo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4935
Resumo: A caminhada recente da transição agroambiental na região tradicionalmente produtora de fumo do RS, a sub-região centro do Vale do Rio Pardo, constitui-se, hoje em dia, em uma alternativa técnica e socioeconômica, aparentemente, ainda nos seus primórdios. As dificuldades em desenvolver o projeto da transição embasado nas referências agroecológicas partem, essencialmente, do contexto da economia agrícola local à base da cadeia do fumo. A histórica produção fumageira local tem-se preservado economicamente dominante, por conta das garantias comerciais da produção dos agricultores, dentre outras vantagens oferecidas pelo sistema de integração. Por outro lado, o sistema de produção verticalizado produz indicadores sociais e ambientais ineficazes, devido, principalmente, à adoção sistemática dos métodos de agricultura convencional. Percebe-se, assim, o que se chama de contradição entre a primazia econômica e a conservação da vida ecossistêmica. Tentativas de enfrentamento dessa realidade se iniciaram há algum tempo, com a execução de alternativas tecnológicas, econômicas e ambientais. Esse novo processo, porém, não se realiza tão facilmente nem está dado. A questão principal que se coloca é saber por que alguns agricultores permanecem e outros não permanecem executando o projeto da transição agroambiental. A análise dos limites e das possibilidades dessa nova experiência parte, em primeiro lugar, da leitura específica de autores-fonte da sociologia rural, da sociologia do desenvolvimento, da teoria do conhecimento, da ecologia e da agronomia. Secundariamente, este estudo de caso buscou subsídios teóricos e práticos na pesquisa qualitativa. A sua operacionalização se iniciou com a escolha intencional dos sujeitos pesquisados (oito agricultores e um técnico). As ferramentas metodológicas aplicadas no campo se constituíram de um conjunto de técnicas, como a entrevista semi-estruturada, o questionário, a observação, as fontes documentais, além de recorrer-se aos informantes qualificados. Os principais resultados conclusivos, com relação à questão levantada, são de natureza essencialmente econômicas. Os agricultores podem tanto desistir quanto frear o processo de transição agroambiental, devido à insegurança com o mercado da produção de base ecológica. Mesmo assim, todos os agricultores reconhecem a importância tecnológica e socioeconômica da perspectiva agroecológica. Trabalhar integralmente nessa perspectiva alternativa é uma utopia para a maioria dos agricultores que gostariam de desistir da ocupação na lavoura de fumo. Os obstáculos existentes não são intransponíveis. Precisaria criar mecanismos mais consistentes e seguros para os agricultores poderem comercializar seus produtos de origem ecológica.