Educação, arte e engenharia: processos colaborativos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Tavares, Reginaldo da Nóbrega
Orientador(a): Garcia, Maria Manuela Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5608
Resumo: Esta tese analisa as atividades colaborativas realizadas por um grupo de professores e estudantes das artes visuais e da engenharia eletrônica que juntos desenvolvem projetos que se afirmam além dos limites de suas áreas de formação. O contexto da pesquisa é o Ateliê que ocupa a sala 103 do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e o período analisado compreende as atividades desenvolvidas entre 2012 e 2018. A investigação sobre este espaço multidisciplinar busca analisar as atividades e projetos que o grupo propõem e coloca em movimento com práticas colaborativas. O problema de pesquisa é questionar de que modo estas atividades colaborativas desenvolvidas coletivamente poderiam contribuir com novas aprendizagens e experiências na formação dos participantes do grupo. Parte-se da hipótese que este espaço pode ser considerado “heterotópico”, conceito de Michel Foucault, e “mestiço”, conceito proposto por Icléia Borsa Cattani, ao tratar das relações interdisciplinares, sem limites definidos, com inúmeras combinações possíveis. Como procedimentos metodológicos foram adotados: a observação, a escuta, a conversa, a análise de registros fotográficos do acervo do grupo, as anotações realizadas durante os momentos de interação entre os participantes, o estudo de uma parte da produção intelectual do grupo, dos materiais bibliográficos e artefatos artísticos e tecnológicos produzidos pelo grupo durante o período abordado. A escolha pela escrita cartográfica toma o conceito de "intercessores" de Gilles Deleuze para comentar encontros, cruzamentos, relações e agenciamentos advindos destes compostos e destas composições em grupo. As análises das atividades colaborativas apontam para a “escuta sensível”, o “olhar atento”, conceito de Josep Esquirol, a conversa honesta e os estudos de Michel Foucault sobre “parresía”. A convivência neste espaço pode favorecer a autoestima e a motivação dos estudantes, ingredientes necessários para os processos de formação, bem como para as experiências significativas que podem advir daí. A ideia de um processo que se realiza através do ato de “caminhar” não só no sentido literal, mas igualmente no sentido metafórico, nos conduz a este desequilíbrio necessário para “sair do lugar”. Assim, a tira de Möebius que também é fonte ao trabalho “Caminhando” de Lygia Clark serve de inspiração e de fio condutor para o que aqui se apresenta.