Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silva, Débora Scopel e |
Orientador(a): |
Hübner, Silvia de Oliveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Veterinária
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Departamento: |
Faculdade de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/3962
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Resumo: |
O herpesvírus felino tipo 1 (FHV-1) afeta principalmente o trato respiratório superior, provocando rinite, ceratite ulcerativa e conjuntivite, mas é capaz de promover doença sistêmica, provocando pneumonia, necrose hepática, emaciação, abortos e dermatite. O tratamento é sintomático, pois não há um antiviral específico contra o FHV-1. Dessa forma, a pesquisa por compostos antivirais com atividade específica contra o FHV-1 é urgente e necessária. No entanto, pesquisas tendo o gato como modelo experimental são difíceis de serem conduzidas por envolverem questões éticas e humanitárias. O camundongo é um modelo experimental amplamente utilizado na medicina humana e veterinária, mas até o momento não há relatos sobre a infecção experimental de camundongos com o FHV-1. O presente estudo objetivou utilizar camundongos BALB/c como modelos experimentais para reproduzir a infecção pelo FHV-1 e avaliar a eficácia antiviral de diferentes compostos in vivo. Três grupos de 14 animais cada foram infectados e tratados com ganciclovir, lactoferrina e o peptídeo P34. Um grupo de 14 animais, grupo controle positivo, foi infectado com FHV-1 e não recebeu tratamento. Outro grupo de 14 animais não foi infectado nem recebeu tratamento (grupo controle negativo). Os animais foram pesados e avaliados diariamente para registrar o desenvolvimento ou não de sinais clínicos. Todos os tratamentos iniciaram 24 h pós-infecção, tiveram duração de 10 dias e foram administrados uma vez ao dia por meio de gavagem (lactoferrina e P34) e injeção intraperitoneal (ganciclovir). Após o término do tratamento foi realizada eutanásia e coleta dos órgãos (fígado, rim, baço e pulmão) para avaliação histopatológica e qPCR. Os resultados foram analisados pelo método analítico Kruskall-Wallis e não foram observadas diferenças estatisticamente significativas no ganho de peso entre os grupos de animais. Os animais infectados e não tratados desenvolveram sinais clínicos típicos de infecção pelo FHV-1, como blefarite, conjuntivite, blefaroespasmo, secreção ocular uni ou bilateral e fotofobia. Os resultados demonstraram que todos os animais foram capazes de se infectar com FHV-1, produzindo doença local e/ou sistêmica em diferentes graus de severidade. Lesões histopatológicas puderam ser observadas no pulmão (pneumonia intersticial, edema, congestão e corpúsculos de inclusão intranucleares), no fígado (congestão, vacuolização de hepatócitos, hepatite, necrose e corpúsculos de inclusão intranucleares), no baço (depleção linfoide) e no rim (nefrite intersticial e nefrose tubular). O órgão que teve maior detecção de DNA viral foi o pulmão, seguido de fígado, baço e rim. Os tratamentos utilizados neste trabalho, na dose, via e frequência de administração não foram capazes de reduzir a carga viral nos animais tratados. Por esta razão, novas pesquisas deverão ser conduzidas para avaliar essas mesmas drogas, na mesma espécie animal, porém com um diferente regime de tratamento. Os dados gerados neste trabalho sobre a patogênese do FHV-1 em camundongos são inéditos, visto que até o momento só há na literatura relatos de infecção experimental com o FHV-1 no próprio gato, o que torna o camundongo uma opção viável para estudos sobre a patogênese e avaliação de antivirais contra o FHV-1. |