Percepção da duração das vogais anteriores altas /i:/, /ɪ/, /y:/, /ʏ/ por brasileiros aprendizes de alemão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silveira, Gabriel Dutra
Orientador(a): Matzenauer, Carmen Lúcia Barreto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14394
Resumo: Esta Dissertação de Mestrado teve o objetivo geral de verificar a percepção, por brasileiros aprendizes de alemão, do parâmetro da duração como parte da fonologia do sistema vocálico da língua estrangeira (LE), com foco nas quatro vogais altas anteriores /i:/, /ɪ/, /y:/, /ʏ/, e o papel da instrução explícita na aquisição deste fenômeno fonológico da LE. Uma das motivações da pesquisa veio da observação de que a fonologia do português, língua materna dos aprendizes, diferentemente da fonologia do alemão padrão, contém apenas uma vogal alta anterior (/i/) e também se originou do entendimento de que a percepção dos segmentos está na base da construção das categorias fonológica da LE, de acordo com o Modelo de Assimilação Perceptual de Aprendizagem de Segunda Língua – PAM-L2 (BEST; TYLER, 2007). Dois grupos de estudantes, cada um com quatro participantes, integraram a pesquisa: o Grupo 1, sem acesso à instrução explícita, e o Grupo 2, após a instrução explícita direcionada às características fonético-fonológicas das vogais-alvo, que ocorreu durante a disciplina de Fonética e Fonologia da Língua Alemã. Para a avaliação da percepção das vogais altas anteriores do alemão, foram criados, com o auxílio do software TP (RAUBER et al., 2012), três testes de percepção, aqui identificados como TPD1, TPD2 e TPD3. Os três são testes de discriminação, sendo os dois primeiros do tipo AX e o terceiro do tipo ABX. Para a elaboração dos testes, foram gravados estímulos (palavras do alemão com as vogais-alvo do estudo) por um falante de alemão padrão. Os resultados obtidos nos testes foram computados e descritos por grupo de participantes e por tipo de teste, sendo considerados os valores oferecidos pelo software TP: número e porcentagem de acertos, além do tempo de reação de cada participante. Com essa abordagem, foi possível verificar que os brasileiros aprendizes de alemão como LE, embora apresentassem erros na discriminação de segmentos vocálicos, mostraram bons índices de sucesso na percepção. Os dados obtidos também sugerem que a percepção do parâmetro da duração nas quatro vogais anteriores altas do alemão sofre um aumento na complexidade pela concorrência com o traço de arredondamento e com o traço de tensão, os quais integram a estrutura interna dessas vogais. Os resultados ainda revelaram que os Participantes do Grupo 2 utilizaram menor tempo médio de resposta na percepção avaliada nos três tipos de teste, o que implica menor custo de processamento. Este fato pode ser interpretado como um benefício decorrente da instrução explícita.