Os registros de linguagem escrita presentes nos cadernos escolares da educação infantil no período de 1975 a 2017

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Suchard, Tracy Kemine Koschier
Orientador(a): Thies, Vania Grim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14570
Resumo: A pesquisa está situada no campo da Educação e teve por objetivo analisar os registros de linguagem escrita presentes em 45 cadernos escolares da educação infantil, do acervo do centro de memória e pesquisa História da Alfabetização, Leitura, Escrita e dos Livros Escolares (Hisales/FaE/UFPel), correspondentes ao período de 1975 a 2017. A pesquisa se configurou pelo método de investigação qualitativo, tendo os cadernos como fonte de pesquisa. A linguagem escrita foi a principal perspectiva teórica da pesquisa, por meio de autores como Britto (1997), Baptista (2009; 2010a; 2010b; 2014), Gontijo (2009), Kramer (2009) e Galvão (2007; 2010). A partir desse embasamento teórico, foi possível identificar que os registros de linguagem escrita presentes nos cadernos escolares da educação infantil fazem referência a: registros espontâneos de linguagem escrita, registros de atividades de copiar e encher linha com formas gráficas, letras, sílabas e palavras, e registros de atividades que envolvem o nome próprio da criança. Diante dessas descobertas, a estrutura de investigação se deu, primeiro, pela identificação dos registros de linguagem escrita que estão presentes nos cadernos escolares da educação infantil, para, posteriormente, problematizar os registros do nome próprio. Em busca dos registros de atividades com o nome da criança, localizou-se diversos tipos de atividades, com diferentes enunciados, os quais foram agrupados em quatro categorias, considerando a semelhança nas suas propostas, sendo elas: 1) Registros de atividades com cabeçalho de rotina; 2) registros de atividade “Meu nome é ...”, “Nome: ” e “escreve teu nome”; 3) registros de atividades “segue”, “copia”, “continua”, “repete”, “cobrir o tracejado”, ou “vamos copiar?”; e 4) registros de atividades de escrita do nome que derivaram outros tipos de atividades, tais como: contar letras do nome, formar novas palavras a partir das letras do nome, recortar figuras com a letra inicial do nome, entre outras. Após a problematização dessas categorias, constatou-se que as três primeiras não colaboram para os processos de apropriação da linguagem escrita, pois se caracterizam por ensino direto, explícito e sistemático da linguagem escrita em atividades de passar por cima do pontilhado, copiar e encher linha. Por sua vez, constatou-se que a última colabora para os processos de apropriação da linguagem escrita, pois se caracteriza pela explicitação dos usos sociais que as crianças podem fazer sobre esse objeto de conhecimento que é a linguagem escrita, por meio de atividades que envolvem leitura, produção e interpretação de textos. Os resultados da investigação apontaram que é necessário atribuir sentido a essas práticas de linguagem escrita para que não se trate apenas de um ensino formal e transmissivo, mas sim de apresentar a escrita como um instrumento discursivo. Assim, a criança se apropria da linguagem por meio de situações sociais concretas, realizando-a das mais diversas formas e nos mais variados suportes, motivadas pela curiosidade e pelo desejo de atingir objetivos sociais de interação. Somente dessa forma torna-se possível ampliar sua capacidade de se relacionar com o meio social e cultural em que vivem.