Leptospirose bovina: abordagens para o diagnóstico sorológico individual e do rebanho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dewes, Caroline
Orientador(a): Silva, Éverton Fagonde da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7693
Resumo: A leptospirose bovina está distribuída em todo o mundo. No Brasil, a leptospirose bovina é uma enfermidade de grande preocupação, causando prejuízos econômicos à pecuária. Além disso, essa doença é de importante risco na saúde única, já que bovinos assintomáticos podem eliminar leptospiras através da urina por longos períodos. Atualmente, o teste de soroaglutinação microscópica (MAT) é recomendado como a principal ferramenta para o diagnóstico da leptospirose nos rebanhos bovinos. Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul (RS) se consolidou como importante exportador de gado vivo, refletindo diretamente na economia nacional. Nesse contexto, nosso estudo teve como objetivos: (1) determinar a prevalência de anticorpos anti-Leptospira, através do MAT, em bovinos que aguardam exportação na cidade de Pelotas, RS; (2) Padronizar e testar um ELISA indireto, utilizando o sorovar Hardjo como antígeno, comparando os resultados com o MAT; e (3) Padronizar e testar um Dot-ELISA em uma avaliação inicial para o diagnóstico individual e rápido da leptospirose bovina, utilizando o sorovar Hardjo como antígeno, comparando os resultados com o MAT. Para tanto, foi calculada uma amostra da população de 4.552 animais alojados em um confinamento em Pelotas, de 34 municípios do RS, sendo coletado o sangue e realizado o teste de aglutinação microscópica (MAT). Para a realização do ELISA indireto, 60 soros foram aleatoriamente utilizados, dos quais 21,6% eram reagentes no MAT. Para o DotELISA, 34 soros bovinos, sendo 17 reagentes e 17 não reagentes no MAT, foram usados. Nenhum animal incluído no estudo tinha história de vacinação contra a leptospirose. Dos 355 animais amostrados, 24 (6,76%; IC 95% 4,58-9,86) foram reativos para pelo menos um dos antígenos do MAT. Os sorovares Hardjo e Icterohaemorrhagiae tiveram prevalência de 2,53%, seguidos de Canicola com 1,97% e Grippotyphosa com 1,12%. Dos 60 soros bovinos analisados no ELISA, seis (10%; IC95% 4,6-20,1) soros foram considerados reagentes. De acordo com a análise estatística realizada foi possível detectar uma alta especificidade no teste (97,87%), mas uma sensibilidade baixa (38,46%). Por outro lado, o Dot-ELISA foi capaz de detectar anticorpos anti-Leptospira em 16 (sensibilidade = 94%) dos 17soros bovinos reagentes no MAT. Em uma amostra de bovinos jovens, com 24 meses ou menos, a prevalência encontrada indica a necessidade de medidas preventivas, como a vacinação dos rebanhos. Além disso, nossos resultados mostram a exposição dos bovinos ao agente, que por sua vez, pode levar a problemas na saúde única. Pesquisas futuras podem utilizar nossos resultados para o planejamento de estudos epidemiológicos com o objetivo de descrever a situação da leptospirose em rebanhos bovinos no Rio Grande do Sul. Embora os resultados sejam promissores, ensaios adicionais são necessários a fim de padronizar a técnica para uso em larga escala, visando a triagem rápida de casos de leptospirose em bovinos.