Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Badke, Marcio Rossato |
Orientador(a): |
Barbieri, Rosa Lía |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
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Departamento: |
Faculdade de Enfermagem
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3814
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Resumo: |
As plantas sempre estiveram presentes nas práticas de autoatenção em situações de padecimento. Seu uso pode desencadear outras formas de cuidado à saúde, bem como um conhecimento ou reconhecimento deste saber por parte dos profissionais e usuários. A tese teve como objetivo geral compreender o significado que as pessoas atribuem à utilização das plantas nas práticas de autoatenção em situações de padecimento, e como objetivos específicos: conhecer o significado dado pelas pessoas sobre a utilização das plantas como prática de autoatenção em situação de padecimento; verificar as práticas de autoatenção realizadas pelas pessoas por meio das plantas em situação de padecimento; e identificar as plantas utilizadas nas situações de padecimento. Para tal, o estudo ancorou-se na antropologia da saúde de Arthur Kleinman, Eduardo Menéndez, no pensamento interpretativista de Clifford Geertz (antropologia cultural) e no cuidado de Marie-Françoise Collière. A pesquisa é qualitativa, do tipo exploratória descritiva, com orientação etnográfica. A coleta de dados foi realizada de abril de 2015 a fevereiro de 2017, por meio do método da observação participante e entrevista semiestruturada. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo proposta por Bardin, que abrange as seguintes etapas: préanálise; exploração do material; tratamento dos resultados, inferência e interpretações. Participaram 17 informantes de uma localidade rural do município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. O estudo teve aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa com o número de Parecer 981.660 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 41244715.8.0000.5346. Os resultados estão apresentados na forma de um relatório e dois artigos. O relatório descreveu as atividades desenvolvidas durante a coleta de dados, como as entrevistas e as observações da utilização das plantas como práticas de autoatenção em situação de padecimento, bem como a coleta e identificação das 43 plantas citadas pelos informantes. No primeiro artigo participaram 17 informantes da Região Central do Rio Grande do Sul, com idades entre 24 e 89 anos, que utilizam plantas nos cuidados à saúde. Na análise de conteúdo, elaborou-se o eixo temático " Significados atribuídos pelos informantes sobre a utilização das plantas medicinais". O segundo artigo teve a participação de seis dos 17 informantes, com idades entre 64 e 88 anos, que utilizaram plantas nas práticas de autoatenção em situação de padecimento para picadas de insetos, aranhas e serpentes. A análise de conteúdo foi organizada em tópicos: descrição dos informantes e plantas utilizadas para picadas de insetos, aranhas e serpentes. Foi descortinado, na tese, o uso de 43 plantas como prática de autoatenção em situações de padecimento, representando significados específicos para cada pessoa. Constatou-se que existem outras formas de cuidar da saúde, e que estas, muitas vezes não são reconhecidas pela ciência, resultando em um distanciamento entre o saber popular e o acadêmico. Percebe-se uma lacuna entre a realidade das práticas de autoatenção no cuidado à saúde e o que é apresentado nas práticas da assistência realizadas pelos profissionais da saúde. O enfermeiro poderá desenvolver novas maneiras de cuidar ao aprofundar-se em referencial antropológico da saúde, conectado ao uso das plantas pelas pessoas em práticas de autoatenção nas situações de padecimento. A tese também possibilitou a discussão e construção do conceito de práticas iniciais com o uso de plantas medicinais no meio rural, o qual poderá ser referenciado no futuro. |