Potencial de bactérias isoladas de raízes de figueira e folhelhos pirobetuminosos no controle de Meloidogyne incognita em Ficus carica cv. Roxo de Valinhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Wille, Caroline Neugebauer
Orientador(a): Gomes, Cesar Bauer
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5766
Resumo: A figueira (Ficus carica L.) é uma frutífera cultivada em todo mundo devido a sua capacidade de adaptação climática; sendo essa economicamente importante para o Brasil e para o Rio Grande do Sul no contexto da agricultura familiar. No entanto, pragas como o nematoide das galhas (NG) Meloidogyne incognita afetam seriamente a produção considerando a elevada agressividade do parasita e a falta de tecnologias de manejo efetivas para o controle dessa praga. Nesse contexto, o manejo fitossanitário de pomares de figueira infestados por esse nematoide é indispensável para a cultura seja viável economicamente. Assim, a inserção do controle biológico no manejo integrado de M. incognita constitui-se como uma estratégia importante. Entre os biocontroladores, as rizobactérias são bactérias competentes da rizosfera por promover o crescimento vegetal e ou inibir a ação parasítica dos fitonematoides sobre as plantas hospedeiras. Dessa forma, os objetivos desse trabalho foram: 1) Isolar bactérias com potencial para o biocontrole de M. incognita a partir de raízes de figueira e de rochas de folhelhos pirobetuminosos; 2) Caracterizar os isolados mais promissores através de testes bioquímicos e sequenciamento de DNA; 3) Avaliar o desempenho dos isolados bacterianos selecionados, no biocontrole de M. incognita em figueira cultivada em solo naturalmente infestado, sob duas formas de aplicação; e, 4) Avaliar a influência dos tratamentos bacterianos na nematofauna habitante do solo. Inicialmente, os isolados obtidos de folhelhos pirobetuminosos e de raízes de figueira foram avaliados em ensaios in vitro quanto ao efeito sobre ovos e juvenis de segundo estágio de M. incognita, e, á produção de compostos relacionados ao controle biológico de nematoides. Quatorze bactérias produziram pelo menos um composto relacionado ao biocontrole de fitonematoides (protesease em gelatina e leite de Litmus, lípase, quitinase e ou amônia), e resultaram em altos níveis de mortalidade (78-100%) ou inibição da eclosão (73-100%) dos juvenis de segundo estádio do nematoide. Estes isolados foram selecionadas e caracterizadas através de provas bioquímicas e sequenciamento de DNA, sendo, a seguir, avaliadas quanto ao biocontrole do NG e promoção de crescimento de figueiras em dois ensaios conduzidos em casa de vegetação sob diferentes formas de aplicação dos antagonistas. No primeiro ensaio, raízes de mudas de figueira 'Roxo de Valinhos' foram microbiolizadas com as 14 bactérias selecionadas, separadamente; e, 30 dias 6 após, cada planta foi transplantadas individualmente para vasos com solo naturalmente infestado com M. incognita. Embora o nematoide das galhas tenha afetado o desenvolvimento das figueiras em todos os tratamentos, os isolados F25 (Bacillus sp.), F78 (Streptomyces sp.), F76 (Streptomyces sp.), FB59 (Pseudomonas denitrificans) e FB34 (Arthrobacter oxydans) reduziram significativamente o fator de reprodução do nematoide das galhas (P<0,05) em 49, 46, 39, 28 e 26%, respectivamente, em relação à testemunha inoculada e não microbiolizada. No segundo experimento, duas bactérias mais promissoras quanto ao potencial biocontrolador de M. incognita in vitro (F75 e F78), foram avaliadas quanto à capacidade de supressão do nematoide e sobre o desenvolvimento das figueiras, pelo tratamento do solo com as respectivas suspensões bacterianas, 48h antes do plantio das mudas. Nesse experimento, os isolados suprimiram a reprodução de M. incognita a uma taxa de 21 a 43%. Além do mais, proporcionaram maior peso da massa seca de folhas, níveis mais elevados fenóis e fósforo no solo em relação à testemunha mantida em solo infestado e não microbiolizada. Contudo, a condução de trabalhos adicionais nesse patossistema possibilitaria a melhor compreensão dos mecanismos de atuação das bactérias testadas sobre a figueira e a inserção da técnica em um programa de manejo integrado do nematoide das galhas.