Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Pedro Moacyr Pérez da |
Orientador(a): |
Oliveira, Avelino da Rosa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/ri/2796
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Resumo: |
O objetivo do presente trabalho é demonstrar, em primeiro lugar, que há um trânsito inconsciente da humanidade, especialmente a ocidental, de um tempo denominado tradicionalmente de ?Modernidade?, para outro, identificado por vários termos, mas que preferimos fosse denominado ?Pós-Modernidade?. Em segundo lugar, busca-se caracterizar que tal inconsciência proporciona a utilização cotidiana de valores que fundaram a Modernidade, mas que têm hoje importância diversa, ou são até mesmo inservíveis, gerando estranhezas racionais e emocionais desconhecidas pela razão. No âmbito da educação formal, sofremos conseqüências não muito claras, embora nitidamente prejudiciais ao processo educacional. Interessando-nos pela educação jurídica, afirmamos encontrar-se ela em estado de crise, e essa circunstância/contingência é fundamento e o objetivo central do esforço aqui apresentado. Crise de um sujeito extraviado de um tempo e que recaiu, sem muito ou nada perceber, noutro instante da história, o presente, para dar curso ao seu cotidiano com base em muitos valores que fundaram as instituições modernas e que estão, agora na Pós-Modernidade, se revelando curiosos e de importância relativa. A mentalidade jurídica, naturalmente conservadora, acolhe esses valores, inserindo-os no ensino do Direito. Assim, nas Faculdades de Direito é comum uma lide difícil com o contemporâneo e suas novidades, ocorrendo uma dissociação sensível entre academia e realidade. O sujeito extraviado emerge invisivelmente na educação jurídica, e é representado pelos professores e pelos alunos, bem como pela administração educacional em geral, favorecendo a realização de rotinas profissionais desprovidas de um contato mais efetivo com a concretude do mundo atual. Isso conduz a uma distância axiológica importante entre o ensinado/aprendido através de discurso jurídico e a vida humana concreta. Dessa forma, o Direito torna-se algo que vale por conta apenas de sua razão instrumental, material essencial para o uso operacional da Ciência do Direito. A inconsciência do trânsito é própria exatamente da mentalidade jurídica, pouco ou nada afeta às transformações históricas da vida social e individual. Em suma, demonstra-se com essa tese a situação de crise em que se encontra a educação em geral e a educação jurídica em particular por conta de um sujeito histórico que não se reconhece na História, e preserva um discurso esclarecedor do que foi na Modernidade e que em grande parte não mais o é na Pós-Modernidade. Para complementar os estudos e demonstrações teóricas, a tese está dividida em dois tomos, sendo que o primeiro contempla a fundamentação propriamente teórica e o segundo se constitui de um romance, onde o personagem denota, em termos psicológicos, o que se afirma na teoria. A vida do personagem é, assim, a demonstração literária das assertivas formuladas no primeiro tomo, onde se encontra a racionalização sobre os problemas estudados. Em ambos os volumes, contudo, se procura evidenciar uma situação de crise; se no primeiro tomo é uma crise apresentada através de argumentações filosóficas, no segundo, essa crise se mostra nas vivências emocionais do personagem, que percorre a história recente com estranhezas que não sabe bem explicar, mas que não deixa, contudo, de senti-las. |