Relações Intensidade-Duração-Frequência de precipitação utilizando dados de satélite.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mello, Letícia Burkert
Orientador(a): Damé, Rita de Cássia Fraga
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Manejo e Conservação do Solo e da Água
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4532
Resumo: A caracterização das chuvas intensas tem grande importância para utilização em projetos de engenharia, principalmente ao dimensionamento das obras hidráulicas. O estudo dessas chuvas é feito por meio da relação entre a intensidade, a duração e a frequência (IDF) das mesmas, para isso é fundamental a existência de séries históricas de precipitações suficientemente longas e representativas, que permitem o ajuste de equações IDFs. Por isso, em áreas extensas ou com baixa densidade de estações meteorológicas, torna-se necessário estimar a precipitação a partir de outros métodos. Assim, o sensoriamento remoto é uma ferramenta que auxilia na aquisição de dados onde esses são escassos. Para esse tipo de estudo temos o produto 3B42V7 do projeto Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM), utilizado para mensurar a precipitação na região dos trópicos. No entanto, existem diferenças entre os dados de postos pluviométricos, registros pluviográficos e as estimativas de precipitação por satélite, representando a variabilidade espaço-temporal exibida pela precipitação. Diante disso é importante a validação dos dados, em uma determinada região, antes de sua utilização para determinado fim. Este trabalho é composto por dois artigos. O primeiro com o objetivo de analisar a qualidade das estimativas das precipitações intensas máximas oriundas do TRMM (3B42V7), em que foram extraídas as máximas anuais nas durações de 3, 6, 12 e 24 horas e comparado, mediante o Erro Relativo Médio Quadrático (RMS), com aquelas obtidas pelo pluviógrafo nas mesmas durações. Após, os dados estimados foram desagregados utilizando o Método das Relações CETESB (1986), nas durações de 5 a 1440 min, utilizando a distribuição de probabilidade de Gumbel, estimando as intensidades máximas de chuva para os períodos de retorno de 2 a 100 anos, e comparando, com as séries de intensidades máximas apresentadas por Dorneles (2017), através do teste “t” de Student. Por último, os valores de intensidades máximas obtidos por Dorneles (2017) foi comparada à curva IDF gerada a partir dos dados estimados por satélite. Os resultados dos índices de qualidade utilizados mostram que o TRMM (3B42V7) possui boa habilidade em detectar chuvas intensas, em concordância com observações do pluviógrafo de referência neste estudo. O segundo artigo objetivou analisar a representatividade dos dados de precipitação oriundos do TRMM (3B42V7), comparado aos dados pluviométricos disponibilizados pela Agência Nacional das Águas (ANA) e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) na área da bacia da lagoa Mirim/RS. Tal análise se deu por meio de um conjunto de índices de desempenho, como o percentual de detecção de eventos (PC), percentual de acertos (H), percentual de falsos alertas (FAR e F), índice de sucesso crítico (CSI), a razão entre eventos previstos e observados (B), índices de Heidke (HSS) e Peirce (PSS) nas escalas diárias. Além do coeficiente de correlação (r), erro médio (EM), raiz do erro médio quadrático (REMQ) e o coeficiente de eficiência de Nash-Sutcliffe (NS), para as escalas diárias, quinzenais, mensais e anuais. Os resultados indicaram que as estimativas do produto 3B42V7 apresentam qualidade crescente em função do crescimento da escala temporal, séries quinzenais, mensais e anuais, e não adequados na escala diária.