Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Silva, Diego Silva da |
Orientador(a): |
Antunes, Gertrud Müller |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
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Departamento: |
Instituto de Biologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5020
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Resumo: |
Os parasitos são na maioria das vezes ignorados em estudos faunísticos e devido à grande riqueza da fauna brasileira, para muitas espécies ainda não foram realizados estudos relativos à fauna parasitária, entre elas as pertencentes à família Sternidae. Seis espécies de Sternidae são encontradas frequentemente na costa sul da América do Sul. Sterna trudeaui, S. hirundinacea, Thalasseus maximus, T. acuflavidus e Sternula superciliaris residentes sul-americanos e Sterna hirundo, migrante neártico. Estas aves podem ser consideradas portadoras ou reservatórios em potencial de diversos gêneros bacterianos patogênicos, podendo contaminar o ambiente ou a superfície das águas utilizadas para beber, para recreação ou para a irrigação, desempenhando um importante papel na cadeia epidemiológica de microrganismos com potencial zoonótico. Deste modo, o estudo de microrganismos associados com aves marinhas silvestres também é fundamental para o melhor conhecimento dos focos naturais de zoonoses. Assim sendo, este estudo teve por objetivo realizar uma análise das assembleias de helmintos, ectoparasitos e microrganismos associados à Sternidae na costa do sul do Brasil. Para isso foram necropsiados 106 indivíduos pertencentes aos gêneros Sterna, Thalasseus e Sternula, sendo que o levantamento da microbiota foi realizado em 52 destes através de swab da traqueia, pulmão e mucosa intestinal. Foi observada uma similaridade de 100% entre as assembleias helmínticas parasitárias do migrante neártico Sterna hirundo e do residente sul-americano S. trudeaui, e de 44% de S. hirundinacea com os demais. Não há diferença significativa entre a diversidade parasitária das três espécies de aves Sterna e estes dados demonstram que mesmo se tratando de uma ave migratória, o que possibilita o contato com uma maior gama de ambientes diferentes durante suas migrações, Sterna hirundo não apresenta uma maior diversidade parasitária frente às espécies residentes. Baruscapillaria rudolphii é a espécie dominante na assembléia de helmintos parasitos de Sternidae na costa sul do Brasil. Este nematoide foi encontrado em todas as espécies de aves analisadas com prevalência de 45,3%. Observou-se que todas as espécies de Sternidae presentes na costa do sul do Brasil apresentam uma similaridade de no mínimo 40% em sua assembléia de helmintos parasitos. Do total de aves analisadas, 76,4% estavam parasitadas por piolhos. Foram encontradas sete espécies pertencentes a quatro gêneros, sendo elas, Saemundssonia laticaudata, S. parvigenitalis, S. sternae, S. meridiana, Austromenopon atrofulvum, Actornithophilus piceus piceus e Quadraceps sp. A similaridade das assembleias de Phthiraptera entre as diferentes espécies de Sternidae foi de pelo menos 57,1% e a espécie mais prevalente foi Quadraceps sp., a qual foi encontrada em 54,4% das aves. Das 106 aves analisadas, 8,5% estavam parasitadas por ácaros nasais. Foram encontradas duas espécies, Sternostoma boydi e Larinyssus orbiculares, ambas apresentam seus primeiros registros na América do Sul. Em 208 amostras analisadas foram isoladas 19 espécies de bactérias pertencentes a 10 gêneros, sendo as famílias Enterobacteriaceae e Staphylococcaceae as mais frequentes. Enterobacteriaceae apresentou cinco gêneros enquanto Staphylococcaceae foi representada apenas por Staphylococcus. Não foram isolados fungos das amostras analisadas. Escherichia coli foi a espécie mais frequente, isolada de 23,1% das aves. |