Avaliação do efeito da metionina e/ou metionina sulfóxido sobre o fenótipo de macrófagos e marcadores de inflamação.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santos, Lien Mapelli dos
Orientador(a): Braganhol, Elizandra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10651
Resumo: A hipermetioninemia é um erro inato do metabolismo (EIM) caracterizado pela deficiência da enzima metionina adenosiltransferase (MAT), que pode resultar em elevadas concentrações sanguíneas de metionina, além da presença de metabólitos, como a metionina sulfóxido, o metanotiol e o sulfeto de hidrogênio no plasma e na urina dos pacientes afetados por esta doença. Desta forma, pacientes hipermetioninêmicos podem apresentar quadros de edema cerebral, alteração psicomotora e distúrbios hepáticos envolvendo inflamação e estresse oxidativo, cuja fisiopatologia não está completamente estabelecida. Dados da literatura sugerem que uma dieta suplementada com metionina altera o status pró-oxidante/antioxidante em cérebro e fígado de ratos. Outros estudos revelam que os macrófagos, quando ativados, em resposta ao reconhecimento de sinais de perigo como produtos microbianos, citocinas e mediadores extravasados por células danificadas, tal como o ATP (Trifosfato de Adenosina), apresentam maior capacidade de liberar mediadores próinflamatórios e citotóxicos como espécies reativas de oxigênio (ROS), espécies reativas de nitrogênio (ERN), enzimas hidrolíticas, lipídios bioativos e citocinas. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo investigar o efeito in vitro da metionina e/ou metionina sulfóxido sobre o fenótipo de ativação demacrófagos de camundongos e a avaliação de alguns parâmetros inflamatórios associados com o estresse oxidativo e atividade das ectonucleotidases nestas células. Nossos resultados mostraram que a exposição dos macrófagos in vitro a altas concentrações de metionina (1mM) e/ou metionina sulfóxido (0.5 mM) induziu a polarização dos macrófagos para um fenótipo de ativação M1/clássico, o qual se relaciona com as respostas pró-inflamatórias caracterizadas pelo aumento da atividade de iNOS (Óxido Nítrico Sintase induzida) e a liberação de TNF-α (Fator de Necrose Tumoral - alfa). Além disto, o tratamento com metionina e/ou metionina sulfóxido modulou diferencialmente a atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) em cultura de macrófagos. Entretanto, não foram observadas diferenças significativas da atividade da enzima antioxidante glutationa peroxidase (GPx). Em relação as ectonucleotidases, nossos resultados mostraram um aumento da atividade ATPase/ADPásica em macrófagos. Em conjunto, nossos achados sugerem que o tratamento in vitro de macrófagos com metionina e/ou metionina sulfóxido induz o fenótipo de ativação clássica M1/pró-inflamatório, promove a modulação da atividade das enzimas antioxidantes, bem como das ectonucleotidases, os quais podem estar envolvidos na patofisiologia de doenças, contribuindo, assim, para a ativação do sistema imune inflamatório nos quadros de hipermetioninemia