Recursos genéticos de pimentas (Capsicum, Solanaceae): diversidade genética, resistência à antracnose e produção de metabólitos especializados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Padilha, Henrique Kuhn Massot
Orientador(a): Barbieri, Rosa Lía
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3233
Resumo: O consumo de pimentas (Capsicum, Solanaceae) vem aumentando progressivamente, devido à diversidade, multiplicidade dos usos e propriedades funcionais dos seus frutos. Um dos problemas que limita a produtividade de pimentas é a antracnose, doença fúngica recorrente na região sul do Brasil, que resulta em prejuízos ao produtor e ao consumidor. Frente a esse problema, a ampla diversidade genética encontrada nas pimentas representa uma importante fonte para novas alternativas. O objetivo geral deste trabalho foi contribuir para a caracterização de recursos genéticos de pimentas do gênero Capsicum. A tese está apresentada na forma de três capítulos, cujos objetivos foram caracterizar morfologicamente acessos de pimentas do Banco Ativo de Germoplasma de Capsicum da Embrapa Clima Temperado, avaliar a divergência genética e estimar a entropia dos caracteres avaliados; avaliar a reação de acessos de pimentas à antracnose e identificar possíveis fontes de resistência; e realizar a avaliação metabolômica de acessos de pimentas contrastantes para resposta à antracnose. No primeiro capítulo, foram caracterizados 21 acessos de pimentas (C. baccatum e C. chinense) com o uso de 47 descritores morfológicos. Foi verificada ampla diversidade genética para os caracteres avaliados. Os descritores posição da flor, posição do estigma, cor de fruto maduro, pungência e comprimento de planta apresentaram elevada entropia. No segundo capítulo, os mesmos acessos foram avaliados quanto à resposta à antracnose. Os frutos foram colhidos e inoculados em duas fases de maturação. Foi possível diferenciá-los a partir da inoculação com um isolado do fungo Colletotrichum acutatum. Os acessos avaliados não apresentaram resistência total à antracnose. Foi observada variação para resposta à antracnose. A resistência de pimentas à antracnose se expressa de forma diferente de acordo com a fase de maturação do fruto. Dentre os acessos avaliados, P27 apresentou maior resistência à doença e P175 maior suscetibilidade. No terceiro capítulo, foi realizada a avaliação metabôlomica dos frutos dos acessos contrastantes para a resistência à antracnose. Para as análises foram utilizadas técnicas de cromatografia líquida, gasosa e espectrometria de massas. A concentração de metabólitos especializados em frutos de pimentas varia conforme a fase de maturação. A concentração de capsaicinoides e capsinoides dos frutos não influencia a resistência à antracnose. A produção dos compostos butano-2,3-diol, L-threitol, D-frutose e α-D-glucopyranoside nos frutos foi alterada pela incidência da antracnose. O estudo da relação dos compostos dos frutos de pimenta em resposta ao ataque do patógeno gera informações sobre o processo de resistência e suscetibilidade, assim como desperta novos estudos que busquem elucidar a compressão da interação planta-patógeno e uso de recursos genéticos para obtenção de genótipos resistentes.