Síntese verde de óxidos de cobre e zinco para preservação da madeira de Pinus elliottii

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cruz, Nidria Dias
Orientador(a): Gatto, Darci Alberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais
Departamento: Centro de Desenvolvimento Tecnológico
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
CuO
ZnO
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9123
Resumo: A busca por uma indústria mais amigável ao meio ambiente é incessante, em razão disso os pesquisadores dos mais diversos campos tem estudado processos que utilizem menos produtos químicos tóxicos e menores gastos energéticos. Desse conceito surgiu a síntese verde de nanopartículas, a qual utiliza como agente redutor e estabilizante biomoléculas provenientes de extratos de plantas e/ou micro-organismos. O extrato aquoso das folhas da espécie Eucalyptus dunnii Maiden foi utilizado na síntese dos óxidos de cobre, zinco e de um compósito formados pelos dois, sendo que a temperatura de calcinação de 300 ºC foi a menor na qual se obteve óxidos puros e cristalinos. Os óxidos de cobre e zinco têm sido aplicados no tratamento da madeira, visando melhorar propriedades como higroscopicidade, inflamabilidade, resistência ao envelhecimento, à podridão e ao ataque de insetos, porém estes são geralmente obtidos por outras rotas de síntese. A madeira de Pinus elliottii Engelm possui baixa durabilidade, ou seja, é extremamente suscetível a ação de agentes de deterioração bióticos (fungos e cupins) e abióticos (chuva e radiação). Neste contexto, utilizou-se os óxidos sintetizados via química verde no tratamento da madeira de P. elliottii, avaliando-se propriedades físicas, mecânicas, térmicas e colorimétricas, além da resistência ao apodrecimento e ao ataque de cupins. Os óxidos, quando aplicados sozinhos, não alteraram significativamente as propriedades físicas e mecânicas da madeira, apenas a dureza foi negativamente afetada pelo cobre, porém o compósito acarretou na diminuição da resistência mecânica. Todos os tratamentos causaram o escurecimento e a diminuição da estabilidade térmica da madeira. A exposição ao envelhecimento acelerado não alterou a resistência mecânica, mas causou a lixiviação das partículas da superfície de todas as madeiras tratadas, ainda assim estas mantiveram a resistência ao ataque de cupins, inibindo a perda de massa. Quanto a resistência ao apodrecimento, o óxido de cobre foi o tratamento mais eficiente contra o fungo de podridão branca Trametes versicolor e o compósito contra o de podridão parda Gloeophyllum trabeum, enquanto que o óxido de zinco teve pouca ou nenhuma eficácia. A podridão parda tem se mostrado resistente a diversos tratamentos com nanopartículas, a eficiência do compósito pode estar ligada ao efeito de sinergia entre os óxidos que o compõem. Logo, os óxidos sintetizados via química verde, a qual utiliza extrato aquoso de folhas, baixas temperaturas de síntese e calcinação, também são eficientes no tratamento da madeira visando resistência a agentes bióticos de deterioração.