Avaliação da compostagem de farinha de cadáveres de suínos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Guidoni, Lucas Lourenço Castiglioni
Orientador(a): Corrêa, Érico Kunde
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
Departamento: Centro de Engenharias
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4863
Resumo: Os cadáveres decorrentes da mortalidade nas granjas e o lodo das estações de tratamento de efluente de abatedouros (LOD) constituem um desafio para o gerenciamento na produção intensiva de proteína, o que pode levar a impactos negativos no ambiente. Portanto, necessitam de alternativas para destinação final ambientalmente adequada. O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos do uso de farinhas de cadáveres de suínos (FCS) no processo de compostagem com lodo agroindustrial, através do monitoramento de parâmetros físico-químicos, microbiológicos e fitotoxicológicos. Serragem (SER) e composto orgânico (COM), foram utilizados como agentes estruturantes, em pilhas de 20 m³ de material, montadas em pátio impermeável e coberto. Cinco tratamentos (T) em duplicata constituem as misturas utilizadas: T1 como controle com SER:LOD (50:50); T2 e T3 com SER:FCS:LOD (50:30:20, 50:40:10); T4 e T5 com SER:FCS:COM (50:30:20, 50:20:30) (v/v). Durante 120 dias, foi realizado o revolvimento periódico do material, o registro de temperatura e, a cada 20 dias, a coleta de amostras. Todos os tratamentos atingiram picos de temperatura superiores a 60°C por período prolongado, o que indica a intensa atividade microbiana e a eliminação de possíveis agentes patogênicos. O composto final do T3 alcançou a maior soma dos teores de nitrogênio e fósforo (11,1%), seguido de T2 (10,7%), T4 (10,2%) e T5 (10,1%). No entanto, T5 apresentou maior degradação da matéria orgânica, baixas perdas de nitrogênio, além de relação C/N, umidade e pH mais favorável ao processo de compostagem. Por outro lado, as misturas com farinha reduziram a contagem de microrganimos mesofílicos e termofílicos, de forma mais acentuada nos tratamentos contendo COM (T4 e T5). Os bioensaios, com seis espécies vegetais, demonstraram que a exposição das sementes aos compostos com FCS inibiu a germinação e o alongamento de raízes, sendo a soja a espécie que atingiu os maiores índices. Nos T2 e T3 foram medidos algum crescimento no período inicial do processo, enquanto de forma inversa, para T4 e T5, isso ocorreu no período final, porém em ambos os casos em níveis insuficientes para atestar ausência de fitotoxicidade. Apesar do alto teor de nutrientes que desperta o interesse do uso na agricultura, os compostos produzidos com FCS foram classificados como imaturos e, portanto, não são recomendados para aplicação em atividades agrícolas antes de maiores estudos que comprovem a sua eficácia. Sugere-se que em futuros estudos sejam utilizadas cargas reduzidas desse tipo de farinha, que o tempo de estabilização seja prolongado e que os bioensaios com espécies vegetais sejam realizados em unidades/parcelas experimentais, conforme recomendações agronômicas.