Governamentalidade neoliberal, educação e modos de subjetivação: o discurso do ENEM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Simone Gonçalves da
Outros Autores:
Orientador(a): Hypolito, Alvaro Luiz Moreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4397
Resumo: Esta Tese aborda o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), tomado como uma das modalidades de avaliação nacional da educação brasileira, no âmbito da reestruturação curricular no Ensino Médio e do processo seletivo de ingresso à Educação Superior. O estudo objetiva analisar como os discursos do ENEM produzem efeitos no currículo do Ensino Médio e passam a instituir novos sentidos e significados sobre os processos de ensinar, aprender e conhecer na contemporaneidade. A pesquisa de inspiração pós-crítica estabelece conexões com os estudos foucaultianos, utilizando-se das noções de discurso e de governamentalidade. A pesquisa está estruturada metodologicamente em dois movimentos investigativos. O primeiro refere-se à problematização dos discursos de mídias que instituem o ENEM como uma avaliação necessária tanto para qualificar o Ensino Médio, quanto para a inserção dos sujeitos na Educação Superior. O corpus discursivo selecionado envolve os vídeos veiculados pela TV aberta, a partir do ano de 2009, sobre as mudanças no ENEM e o Projeto “Hora do ENEM”, lançado em abril de 2016, totalizando 16 vídeos. O segundo movimento de investigação considera os efeitos de tais discursos junto aos discentes do Ensino Médio. Para tal, utiliza-se do grupo de conversas, como coleta de dados, realizada em duas instituições públicas de ensino no município de Rio Grande, Rio Grande do Sul/Brasil. As análises empreendidas denotam que o ENEM tem-se constituído como uma estratégia de governamentalidade neoliberal sustentada por três grandes eixos analíticos: 1) os mecanismos de sedução que o ENEM coloca em funcionamento por meio da mídia; 2) o discurso da oportunidade como uma retórica salvacionista que enfatiza a obsessão contemporânea pela educação; e, por último, 3) os efeitos no currículo: ênfase na aprendizagem e no deslocamento dos docentes para novas práticas pedagógicas.