Literatura de ficção e Educação Geográfica: tradição inventada, modelação social e discurso na obra O Continente, de Erico Verissimo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rosa, Luciano Martins da
Orientador(a): Dias, Liz Cristiane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4733
Resumo: Do pressuposto de que a Literatura possibilita a construção de processos identitários e a Educação Geográfica pode, enquanto mediadora, ter um potencial para desconstruir estereótipos desenvolvidos ao longo do tempo pelas mais diversas mídias, se utilizando da própria Literatura – que influencia as demais; o objetivo desta Dissertação de Mestrado é, assim, analisar o emprego da Literatura de ficção na Educação Geográfica enquanto estratégia de modelação. A partir de uma análise do discurso – como metodologia e linguagem – do primeiro tomo de O Continente, de Verissimo, exemplifica-se a obra como fundamental na abordagem de temáticas ligadas à construção do território e do povo gaúcho. Entende-se a modelação como conceito essencial nessa abordagem, a partir de Albert Bandura e sua Teoria Social Cognitiva que observa no conceito a base da aprendizagem observacional, em especial a de modo simbólico, que se refere à aprendizagem pela influência de modelos de mídia, em que se encaixa a Literatura. Quanto aos apontamentos discursivos da obra, expressa-se uma predominância machista e patriarcal na formação discursiva e ideológica dos personagens do enredo, que têm nas mulheres, negros e indígenas elos do autor com a crítica à essa cultura no Rio Grande do Sul, que se percebe em uma construção identitária excludente. São apontadas possibilidades de abordagem geográfica e crítica pela obra literária e pela Literatura de forma mais ampla.A pesquisa inter-relaciona Geografia, leitura e Literatura, demonstrando o caráter geográfico da Literatura – mesmo quando não envolta de conceitos geográficos – e a evolução de seu uso e importância na ciência, tendo, ao fim, a Educação Geográfica como possibilidade de uma abordagem crítica da realidade, no entendimento dos sujeitos ativos no processo de aprendizagem a partir de uma Geografia que serve à compreensão das problemáticas do entorno e do mundo, para além da formalidade da educação, mas de forma ampla e centrada no raciocínio geográfico.