Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Karam, Sarah Arangurem |
Orientador(a): |
Corrêa, Marcos Britto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Odontologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10738
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Resumo: |
Estudos tem demonstrado o efeito da raça/cor da pele sobre as iniquidades em saúde bucal. Entretanto, a maior parte desses estudos ainda atribui esse efeito às desigualdades socioeconômicas existentes na população brasileira. Com isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da desigualdade racial na associação entre fatores socioeconômicos e desfechos subjetivo (autopercepção de saúde bucal) e objetivo (perda dentária) em saúde bucal nos participantes da Coorte de Nascimentos Pelotas de 1982. A Coorte de 1982 é um estudo longitudinal, com a realização de diversos acompanhamentos na infância, adolescência e idade adulta que possibilitam diferentes estudos sobre a saúde destes indivíduos. Para este estudo foram utilizados dados do perinatal, acompanhamento geral aos 30 anos e de saúde bucal aos 31 anos. A exposição principal é a autodeclaração de raça/cor. As covariáveis utilizadas foram sexo, renda no perinatal, renda aos 30 anos, escolaridade aos 30 anos e mobilidade social (do nascimento a fase adulta). Os desfechos foram a autopercepção de saúde bucal respondida pelo participante em um questionário, e a perda dentária avaliada por um cirurgião-dentista treinado e calibrado utilizando o índice CPO D (Dentes Cariados, Perdidos e Restaurados). As análises estatísticas realizadas foram o índice absoluto de desigualdade (slope index of inequality SII), índice de concentração (concentration index-CIX), modelos log- binomiais com razões de prevalência (RP) e o “Synergy Index” (S). A prevalência de autopercepção negativa de saúde bucal foi de 36,1% e de perda dentária 50,8%. Observou-se uma prevalência de autopercepção negativa da saúde bucal em Pretos/Pardos/Indígenas de maior renda/escolaridade comparável à prevalência do desfecho nos Brancos de menor renda/escolaridade. Para a perda dentária uma maior prevalência foi encontrada para Pretos/Pardos e uma interação entre raça e mobilidade social na categoria nunca pobre (S=0,20 [IC95% 0,04-0,99]). As desigualdades raciais tanto para autopercepção de saúde bucal quanto para a perda dentária persistem ou aumentam nos estratos sociais mais ricos, sugerindo um efeito do racismo estrutural e interpessoal nos desfechos de saúde bucal. |