Síntese e caracterização de tensoativos para uso odontológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ogliari, Aline de Oliveira
Orientador(a): Moraes, Rafael Ratto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3545
Resumo: O objetivo deste estudo foi sintetizar e caracterizar diferentes classes de tensoativos não-iônicos e avaliar a influência nas propriedades e características de materiais de moldagem experimentais a base de polivinilsiloxanos (VPS). Os tensoativos sintetizados e avaliados podem ser utilizados, ainda, para modificação de outros materiais odontológicos. Esta tese foi dividida em dois estudos, apresentados em dois artigos originais. No primeiro estudo, foi realizada a síntese de fluortensoativos com diferentes balanços hidrofílico-lipofílico (HLB) e avaliado o efeito no VPS, enquanto no segundo foi realizada avaliação do desempenho de diferentes tensoativos comerciais não-iônicos do tipo fluorcabono (F), siloxano (S) e hidrocarboneto (H) em uso isolado ou combinado (mais de um tensoativo) adicionados ao VPS. No primeiro estudo, seis fluortensoativos foram sintetizados utilizando polietilenoglicóis com diferentes massas molares (variando de 200 a 1.000.000 g/mol) na porção polar. Os tensoativos sintetizados foram caracterizados e adicionados em concentração de 3% em massa no VPS. No segundo estudo, oito grupos de tensoativos comerciais foram adicionados no VPS, de forma simples ou combinada, em diferentes concentrações: 1%, 3% e 5% em massa. Foram realizadas diferentes metodologias para análise dos tensoativos e dos materiais de moldagem, incluindo espectroscopia no infravermelho, ressonância magnética nuclear de 1H e 19F, tensão superficial, ângulo de contato, viscosidade, capacidade de cópia, resistência mecânica à tração e resistência elástica. Os dados quantitativos foram analisados por Análise de Variância e teste post hoc de Tukey (P<0,05). No primeiro estudo, a síntese dos tensoativos foi confirmada por espectroscopia no infravermelho e ressonância magnética nuclear. Os fluortensoativos, no geral, apresentaram baixa tensão superficial e reduziram a resistência à tração do VPS quando comparados ao grupo controle (sem tensoativo), porém propiciaram excelente capacidade de cópia ao VPS. Foram encontrados diferentes padrões de molhabilidade e obtidos reduzidos ângulos de contato com a água nos grupos FS 200 e FS 400 (fluortensoativos sintetizados com polietilenoglicol de massa molar 200 e 400, respectivamente). A viscosidade foi reduzida com a adição de FS 400 e FS 500; no entanto, foi verificado aumento no tempo de indução do material. No segundo estudo, a menor tensão superficial foi encontrada no grupo que combinou os três tensoativos (F+S+H). Em geral, os grupos que combinaram tensoativos apresentaram menores ângulos de contato e menor viscosidade. O tempo de indução aumentou com o aumento da concentração de tensoativo e nem todos os grupos obtiveram resultados satisfatórios na análise de capacidade de cópia. Os VPS modificados com tensoativos na forma isolada, em geral, apresentaram maior resistência à tração. Em conclusão, a adição de FS 200 e FS 400 melhorou significativamente a molhabilidade do VPS, reduzindo a viscosidade sem alterar o tempo de trabalho significativamente; no entanto, reduziu a resistência à tração. No segundo estudo ficou evidente que a correta seleção do tipo de tensoativo e sua concentração podem melhorar significativamente a molhabilidade dos VPS com pouca interferência em suas propriedades mecânicas.