Interfaces da memória social: análise do compartilhamento do conjunto de imagens digitais do Acervo Digital Bar Ocidente no Facebook.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Priscila Chagas
Orientador(a): Nunes, João Fernando Igansi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5459
Resumo: Esta pesquisa reflete sobre a configuração da memória social no contexto do que se reconhece como emergência da linguagem eletrônica, ubiquidade das redes computacionais e do que se instaurou chamar de tecnologias da informação e comunicação. No paradigma tecnológico contemporâneo da cultura digital, as relações sociais tornam-se cíbridas – on e offline ao mesmo tempo - e os saberes (inteligências) têm potência de ser construídos colaborativamente e em rede. Se antes havia reflexão sobre uma reprodutibilidade técnica, advinda dos processos de reprodução da informação a partir de uma matriz específica, hoje, em função do uso das matrizes numéricas, todo e qualquer tipo de signo (sonoro, visual ou verbal) pode ser recebido, estocado, tratado e difundido via computador, através da mesma linguagem universal, instaurando o que aceitamos como cultura da colaboração e do acesso, uma cultura analítica que repica suas próprias matrizes, e não apenas sua cópia. Nesse mesmo contexto tecnológico, no campo da memória e do patrimônio vê-se ocorrer uma busca crescente pela criação e/ou adaptação de diversos museus, bibliotecas e acervos para a linguagem eletrônica. A partir dessa lógica, a presente investigação pretendeu responder a seguinte questão: como se encontra configurada a memória social a partir da análise das interfaces interativas do conjunto de imagens digitais postadas em mídias sociais? Nesse sentido, objetivou-se compreender as características (estrutura, atributos de funcionamento e linguagem) da mídia social como potência e interface da memória social. Para tanto, como pressupostos metodológicos, foi utilizada uma abordagem quali-quanti, tratando o objeto de pesquisa a partir do estudo de caso da fanpage do Acervo Digital Bar Ocidente no Facebook. Primeiramente fez-se a análise quantitativa do número de curtidas, compartilhamentos e comentários do corpus da pesquisa, o que denotou diferentes níveis de engajamento. Após, fez-se a análise qualitativa das postagens e legendas de compartilhamentos de imagens digitais operados. Como instrumentos e técnicas de análise, utilizaram-se a pesquisa bibliográfica, a observação direta não participante e a análise documental e de conteúdo. Identificado e apresentado os níveis das interfaces interativas na referida fanpage, acredita-se possível pensar o conjunto dessas imagens digitais e suas respectivas narrativas visuais como um novo formato de coleção patrimonial, patrimônio cultural digital, parte de novos fenômenos museais no ciberespaço, onde a interface é reconhecida como operadora da passagem, ponto nodal do agenciamento sócio-técnico. A esse cenário nomeamos de movimento de virtualização da memória e interfaceamento da cultura, e a essa nova configuração da memória social propomos pensar o conceito de Interfaces da Memória Social para designar as interfaces interativas computacionais das mídias sociais, que estão entre a noção de lugar de memória e meio de memória, as quais possibilitam uma gestão compartilhada do conhecimento, tornando sua construção potencialmente acessível (open access), colaborativa e desterritorializada. Conclui-se que o campo de estudo em memória social toma novos contornos com o estabelecimento da cultura digital, evidenciando a pujante necessidade de equilíbrio entre as práticas de acumulação/memória e dissolução/esquecimento na web, a fim de que se possa refletir a democratização do acesso às coleções patrimoniais e à memória do mundo do tempo presente.