“Não se sabe se é opção, se nasceu assim”: a influência discursiva de Jair Bolsonaro sobre a Sexualidade no debate político de 2018.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Magalhães, Simone Beatriz Lopes da Silva
Orientador(a): Mendonça, Daniel de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Departamento: Instituto de Filosofia, Sociologia e Política
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8454
Resumo: A presente dissertação visa analisar a construção discursiva sobre o tema da sexualidade levado a efeito por Jair Messias Bolsonaro nas eleições de 2018 e sua relevância em relação a outros temas construídos no período. Para tanto, parte-se do pressuposto de que para construir seu discurso, no período eleitoral analisado, Bolsonaro fez uso de uma prática articulatória que buscava instaurar a heteronormatividade no social, enquanto uma ordem hegemônica. Essa lógica discursiva fez uso de elementos que, comumente, atrelavam diferentes significados ao tema, e cujo os quais, corroboraram para marcadores sociais e estereótipos negativos relacionados a Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero/Travestis, Queer, Intersexuais, Assexuais e outros (LGBTQIA+). Importante citar que estes foram reconhecidos enquanto inimigos de uma cultura moral e cristã, e com isso, enquanto aqueles que interfeririam no desenvolvimento social e ético do país. Impregnado a um discurso – misógino, sexista, machista e homofóbico – esta estratégia discursiva buscou mobilizar alas mais conservadoras e fundamentalistas da sociedade, através de um discurso fundamentalmente de conflito. Para tanto, a análise da trajetória política do candidato permitiu demonstrar suas influências políticas até a sua projeção nacional em 2018, a qual se colocava como oposição a “velha política”. A Teoria do Discurso desenvolvida por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe se torna imprescindível para compreender como se deu os meandros discursivos, sob o aspecto do discurso amplo e específico, seja na conta oficial do Twitter ou nas propagandas eleitorais de televisão e rádio, que buscavam apresentar Bolsonaro como aquele que representaria a mudança e o resgate de uma sociedade em extrema desordem e caos social instaurado, sob o ponto de vista ético, moral, cristão e patriótico.