Atividade da Paraoxonase-1: estudo da associação a polimorfismos genéticos, fatores bioquímicos e nutricionais em crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Uliano, Gabriela de Lemos
Orientador(a): Valle, Sandra Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos
Departamento: Faculdade de Nutrição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3885
Resumo: A infância é um período vulnerável para o início das lesões endoteliais, as quais podem ser agravadas pela exposição a fatores nutricionais de risco. Por outro lado, está comprovado que uma elevada concentração de lipoproteína de alta densidade (HDL) protege contra o surgimento destas lesões, refletindo em menor risco de desenvolvimento da doença cardiovascular (DCV). A principal enzima antioxidante e antiinflamatória que contribui com a propriedade antiaterogênica atribuída ao HDL é a paraoxonase 1 (PON1). Sua atividade sérica pode ser influenciada por diversos parâmetros incluindo polimorfismos genéticos, fatores nutricionais, estilo de vida, idade, fármacos, estado de saúde e estresse oxidativo. O objetivo deste estudo foi investigar a atividade da PON1 e sua associação a polimorfismos genéticos, fatores bioquímicos e nutricionais em crianças de 5 a 7 anos de idade atendidas em ambulatórios de pediatria de duas cidades do sul do Rio Grande do Sul. Foi realizado um estudo transversal no período de Janeiro de 2014 a Fevereiro de 2015. O consumo alimentar foi avaliado pelo questionário do SISVAN. Medidas de peso, altura e circunferência da cintura da criança foram utilizadas para avaliar o estado nutricional. Uma amostra de sangue foi coletada e utilizada para avaliação do perfil lipídico e da atividade arilesterase da PON1, medida utilizando fenilacetato como substrato. A amostra biológica também serviu para a determinação do polimorfismo PON1 C(-107)T, realizada pela amplificação por reação em cadeia da polimerase (PCR) seguida de digestão com enzima de restrição. Os dados coletados foram analisados no programa Stata versão 12, assumindo-se um nível de significância de 5%. A mediana da atividade arilesterase da PON1 foi de 89,4kU/L, semelhante entre meninos e meninas. A análise do polimorfismo revelou que o genótipo mais frequente foi o heterozigoto CT (52,1%). O polimorfismo se mostrou em equilíbrio de Hardy-Weinberg. O genótipo CC mostrou valores mais elevados de atividade enzimática do que os apresentados pelo genótipo TT (p<0,01). Níveis desejáveis de HDL relacionaram-se a um incremento significativo da enzima na população total. As concentrações desta lipoproteína foram significativamente maiores apenas nas crianças eutróficas portadoras do genótipo CC em comparação às portadoras do alelo T. Este é o primeiro estudo investigando o consumo alimentar como possível determinante dos níveis enzimáticos da PON1 em crianças. Foi verificado que aquelas que consumiram salada crua regularmente mostraram maiores níveis (p<0,01) de atividade enzimática. A associação entre o genótipo -107CC, consumo regular de salada crua, maior atividade da PON1 e concentração de HDL-C em crianças eutróficas sugere que os fatores genéticos e suas interações com o ambiente estão relacionados a um perfil protetor contra o desenvolvimento de DCV.