Revisão sistemática de criptococose em animais domésticos e silvestres, isolamento e caracterização de espécies de Cryptococcus não-neoformans e não-gattii de órgãos de Columba livia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bermann, Carolina dos Santos
Orientador(a): Pereira, Daniela Isabel Brayer
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14125
Resumo: Cryptococcus spp. é descrito como um fungo basidiomiceto, leveduriforme e sapróbio, causador da criptococose em humanos e animais. Embora, os complexos Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii sejam as espécies mais patogênicas e mais comumente envolvidas na criptococose, nota-se que há um aumento do número de infecções por outras espécies consideradas não comuns ou raras de Cryptococcus. Columba livia desempenha um importante papel na disseminação de C. neoformans através das suas fezes, bem como de espécies atípicas ou não comuns deste fungo. Neste trabalho realizou-se uma revisão sistemática sobre criptococose em animais domésticos e silvestres que se encontra no manuscrito 1. Esta revisão sistemática constatou que o maior número de relatos de criptococose é em espécies de animais domésticos, principalmente felinos. entre as espécies silvestres os ferrets e coalas podem ser considerados importantes sentinelas da presença do fungo no ambiente. Em todas as espécies observa-se a predominância do comprometimento pulmonar ou neurológico e os países com maior número de relatos são Austrália, Brasil, Canadá e Estados Unidos, com prevalência do complexo C. gattii dos tipos VGI e VGII. Adicionalmente, no presente estudo objetivou-se relatar o isolamento de espécies não comuns de Cryptococcus a partir de cérebro, pulmão e intestino de Columba livia capturados em área urbana de um município do sul do Brasil, contemplado no manuscrito 2. Columba livia (n=112) foram capturados e eutanasiados. Cérebro, pulmão e intestino foram analisados e submetidos ao cultivo micológico em agar niger, incubados a 30ºC/10 dias. Dessas amostras, 13 apresentaram crescimento de colônias compatíveis com Cryptococcus spp., porém sem produção de melanina. Ao exame direto com tinta nanquim observou-se leveduras arredondadas a alongadas, com presença de cápsulas evidentes. No teste de CGB, a maioria (92,3%) dos isolados apresentaram reação positiva. A caracterização molecular foi realizada pelo sequenciamento das regiões ITS1 e ITS2 e revelou a identificação de espécies não comuns de Cryptococcus, incluindo Papiliotrema flavescens (n=5), Naganishia diffluens (n=5), Filobasidiella magnum (n=2) e Naganishia randhawai (n=1). Após, amostras de cérebro e pulmão (n=10) foram submetidas a testes de termotolerância em meio Sabouraud nas temperaturas de -20°C, -5°C, 25°C, 37°C, 42°C e 50°C, no qual todos os isolados apresentaram termotolerância. No presente estudo relata-se pela primeira vez o isolamento de espécies não comuns de Cryptococcus de órgãos de Columba livia, ressaltando a importância do Columba livia como possíveis disseminadores de patógenos fúngicos ocasionais ou emergentes, uma vez que as espécies isoladas expressam relevantes fatores de virulência.