Restaurações diretas em dentes posteriores: longevidade, causas de falhas e fatores relacionados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Leite, Françoise Hélène Van de Sande
Orientador(a): Cenci, Maximiliano Sérgio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3436
Resumo: Os materiais mais amplamente utilizados para restaurações diretas em dentes permanentes posteriores são a resina composta (RC) e o amálgama. As RC têm sido cada vez mais utilizadas para estes procedimentos, no entanto esta mudança não é unânime, e difere entre os países. Neste sentido, tem-se procurado estabelecer a longevidade destas restaurações, investigar as causas mais frequentemente atribuídas às falhas, e determinar os fatores relacionados. Em busca de alto nível de evidência, revisões sistemáticas com critérios de inclusão estritos, que incluem apenas estudos clínicos controlados e randomizados, são necessárias para responder estas questões. No entanto, estudos clínicos deste tipo, e com longo período de acompanhamento são escassos, e insuficientes para gerar conclusões. Na presente tese, a longevidade de restaurações diretas em dentes posteriores, as falhas observadas e os fatores potencialmente relacionados foram abordados com uma revisão da literatura e também com um estudo clínico retrospectivo. A revisão sistemática foi realizada com estudos clínicos longitudinais com acompanhamento mínimo de 5 anos, e que investigaram a longevidade de restaurações diretas de amálgama e RC em restaurações em cavidades do tipo classe II. O objetivo foi investigar algumas observações de estudos prévios da literatura, incluindo a investigação do risco de cárie dos pacientes e também acerca da utilização de um material restaurador intermediário para restaurações de RC. Dentre as razões atribuídas às falhas restauradoras, as mais frequentemente relatadas foram cárie secundária e fratura da restauração. Os períodos de observação variaram de 5 até 12 anos. As taxas anuais de falha (TAF) variaram de 0-3,60% para RC, de 2,33-6,45% para RC com técnica de sanduíche, e de 1,5-3,85% para restaurações de amálgama.A análise quantitativa foi realizada com teste-T-independente. O risco de cárie afetou significativamente a TAF para restaurações de RC (p=0,002), enquanto que para amálgama as diferenças não foram estatisticamente significativas. A presença de um material intermediário com técnica de sanduíche em restaurações de resina também afetou significativamente a TAF (p=0,001). Complementando o tema desta tese, foi realizado um estudo retrospectivo em uma clinica odontológica privada. O objetivo foi investigar a sobrevivência, TAF, as razões de falha, e também os fatores que podem afetar a longevidade de restaurações diretas de RC. Trezentas e seis restaurações de RC em dentes posteriores, realizadas de janeiro de 1994 até dezembro de 2002 foram incluídas. A TAF foi de 3,2%, após 10 anos, e de 2,6% após 14 anos de acompanhamento. Nove fatores potencialmente relacionados à longevidade das restaurações foram investigados. A análise estatística foi realizada através de Regressão de Cox, e quatro fatores afetaram significativamente a TAF. Entre as variáveis do paciente, o risco estimado em relação à cárie e ao estresse oclusal mostraram um forte efeito sobre a longevidade das restaurações. Dentre as demais variáveis investigadas, o elemento dentário, a posição no arco, e a vitalidade pulpar foram os fatores que afetam a longevidade das restaurações. A conclusão geral a partir desses estudos é que a avaliação do risco dos indivíduos deve fazer parte dos fatores investigados em avaliações acerca da longevidade de restaurações diretas.