Uso de ozônio no tratamento de lixiviado de aterro sanitário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Natali Rodrigues dos
Orientador(a): Quadro, Maurizio Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
Departamento: Centro de Engenharias
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7538
Resumo: O lixiviado de aterro sanitário pode apresentar altas concentrações de nitrogênio amoniacal, cloretos, matéria orgânica, compostos orgânicos de difícil degradação, como por exemplo, as substâncias húmicas e eventualmente, metais. O seu tratamento é um dos grandes desafios devido à alta heterogeneidade, variabilidade de suas características ao longo do tempo e à presença de compostos recalcitrantes. Os tratamentos biológicos e físico-químicos são os mais utilizados, porém não tem apresentado eficiência de remoção dos poluentes, com isso não atingindo os parâmetros legais de lançamento de efluentes em corpos hídricos. Diante disso, o uso de Processos Oxidativos Avançados (POAs) têm sido utilizado para tratamento de lixiviado, para degradar quimicamente a matéria orgânica recalcitrante e aumentar a biodegradabilidade do lixiviado. Dentre os tipos de POAs, a ozonização é um processo de tratamento promissor devido a suas características únicas como a não geração de lodo, o alto potencial para remoção de cor e de matéria orgânica em uma única etapa e a fácil decomposição do ozônio residual. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da ozonização no tratamento do efluente de aterro sanitário. As amostras do lixiviado foram coletadas no aterro sanitário de Candiota. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Análise de Águas e Efluentes da Universidade Federal de Pelotas. Foram realizados testes aplicando seis doses de ozônio às amostras de lixiviado: 21,9, 43,7, 65,5, 131,1, 145,7 e 182,1 mg O3. Foi realizada a caracterização físico-química das amostras antes e após os ensaios em laboratório, nos parâmetros: pH, Cor verdadeira, Demanda Química de Oxigênio (DQO), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Relação DBO/DQO, Fósforo (P) e Sólidos Suspensos Totais (SST). Também foram realizados testes de fitotoxicidade com sementes de alface e pepino. Os tratamentos por ozonização mantiveram o pH básico do efluente proporcionando um pequeno aumento, alcançando valores de pH de até 9,25. A cor verdadeira foi possível remover até 93,36%, a concentração de DBO reduziu inicialmente 27,11%, porém nas demais doses ocorreu aumento da concentração do parâmetro apresentando valores superiores ao efluente bruto, com relação a DQO a maior remoção foi de 45%, a relação DBO5/DQO do efluente bruto foi de 0,08 após a ozonização a relação aumentou para 0,20, consequentemente aumentando a biodegradabilidade do efluente, a ozonização reduziu em até 95,87% a concentração do fósforo, os SST também tiveram uma eficiência de remoção significativa de até 90,04%. Quanto a fitotoxicidade as doses de ozônio aplicadas não foram suficientes para diminuir a toxicidade do lixiviado.