Pedagogia da alteridade: o ensino como acolhimento ético do outro e condição crítica do saber

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Alves, Marcos Alexandre
Orientador(a): Ghiggi, Gomercindo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5411
Resumo: Este estudo expõe o pano de fundo fenomenológico a partir do qual se elabora o conceito levinasiano de ensino. Explicita em que medida o referido conceito não só representa uma crítica ética ao predomínio do saber, mas também que o ensino é o móbil fundamental da atividade teórico-crítica, necessária à filosofia e à educação. Sustenta que o ensino, em sentido levinasiano, é uma instância metafísica, mediante a qual Levinas coloca em questão a primazia da atitude intelectual e da auto-reflexão do logos filosófico no campo educativo. Porém, este questionamento, antes de ser a negação do teórico, é a sua própria condição. Assim, o ensino é o movimento que inverte o para-si em para-o-Outro, efetivando-se como transcendência ética ou abertura à alteridade. A tese deste trabalho consiste em mostrar que, na filosofia de Levinas, há uma Pedagogia da alteridade, concebida como ensinamento ético enquanto acolhimento da fala de Outrem e condição crítica do saber. Esta modalidade docente se torna condição de possibilidade para a reconstrução do sentido (orientação) ético da subjetividade. A fala docente enquanto relação ao Outro é uma relação respeitosa, uma relação ética, e esta fala acolhida é um ensinamento. Porém, este ensinamento não surge da maiêutica, vem do exterior, do Outro e traz mais do que o eu contém em si mesmo. Deste modo, o ensino enquanto relação inter-humana se apresenta como constitutivo do mundo social, cultural e intelectual. Portanto, a educação, entendida como relação constitutivamente ética, rompe com a tirania da totalidade e se abre à transcendência. Isto significa que o propriamente humano começa com o cuidado do Outro, e ter este cuidado significa responder fecundamente ao apelo que vem do rosto de Outrem.