Ensino de geometria para estudantes cegos: avaliação, análise e uso de um material manipulável por professores dos anos iniciais do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Mayra Darly da
Orientador(a): CARVALHO, Liliane Maria Teixeira Lima de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao Matematica e Tecnologica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30593
Resumo: Esta pesquisa investiga conhecimentos mobilizados por professores que ensinam Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental (EF) na análise e utilização de um material manipulável destinado ao ensino de poliedros para estudantes cegos. Nossas discussões sobre conhecimentos docentes têm respaldo nas contribuições teóricas de Ball, Thames e Phelps (2008). Esta pesquisa foi realizada em três etapas. Na primeira etapa, verificou-se a viabilidade do material manipulável a partir da mobilização de conhecimentos de dois professores brailistas, dois professores cegos e duas professoras que ensinam Matemática nos anos iniciais do EF e que possuem estudantes cegos. Eles foram entrevistados individualmente e responderam questões voltadas para a análise do material. Na segunda etapa, as duas professoras que ensinam Matemática, elaboraram um plano de aula destinado ao ensino de poliedros para estudantes cegos, utilizando como recurso principal o material manipulável. Na terceira etapa realizou-se observação do trabalho das professoras com os seus respectivos estudantes cegos, a partir dos planos que elas propuseram. Todos os participantes consideraram o material adequado para o ensino de estudantes cegos e comentaram sobre o relevo, textura, flexibilidade e resistência do material. Destacaram ainda algumas possibilidades de ações e construção de significados que podem emergir a partir do uso desse recurso. Os professores brailistas e os professores cegos mobilizaram conhecimentos gerais relacionados aos estudantes cegos e ao ensino. Os professores cegos manipularam o material para entender, a partir do tato, as suas características, e nessas ocasiões mobilizaram o Conhecimento Comum do Conteúdo, além de estabelecer associações do conteúdo ao ensino e ao currículo. As professoras que ensinam Matemática nos anos iniciais do EF e que possuem estudante cego mobilizaram conhecimentos do conteúdo associados ao currículo, ensino e estudante. O plano de aula de uma das professoras considera o conteúdo de poliedros a partir de expectativas de aprendizagem que não são adequadas para estudantes do 2º ano do EF; o seu plano revela assim, a mobilização do Conhecimento Comum do Conteúdo. Todavia, em seu trabalho com o estudante cego, essa professora revela uma prática pedagógica situada para além do planejado por envolver Conhecimento do Conteúdo e do Estudante, Conhecimento do Conteúdo e do Ensino e Conhecimento do Conteúdo e do Currículo. O plano de aula da outra professora apresenta evidências de que ela mobiliza diferentes conhecimentos: Conhecimento Comum do Conteúdo, Conhecimento do Conteúdo e do Ensino e Conhecimento do Conteúdo e do Currículo. A sua prática com o estudante cego, revelou comprometimento com o ensino e com o conteúdo trabalhado, contudo, identificamos equívocos conceituais em relação ao domínio do conhecimento comum do conteúdo. Ambas as professoras propuseram aos estudantes a manipulação tátil do material associada à explicação do conteúdo, buscando possibilitar reflexões significativas pelos estudantes cegos. Conclui-se que dificuldades no domínio do conteúdo podem gerar obstáculos para o ensino e a aprendizagem de estudantes, conforme evidenciado nos pressupostos teóricos de Ball, Thames e Phelps (2008). A pesquisa oferece evidências da viabilidade do material manipulável, para práticas pedagógicas de professores que ensinam Matemática para estudantes cegos no 2º ano do Ensino Fundamental.