Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
ALMEIDA, Gabriela Maria Farias Falcão de |
Orientador(a): |
MUTZENBERG, Remo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Sociologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34257
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Resumo: |
O objetivo desta tese é investigar os processos discursivos que permearam a construção das Conferências de Políticas para as Mulheres na cidade do Recife e no Estado de Pernambuco, realizadas respectivamente em setembro e dezembro de 2015. A partir do referencial teórico pós-estruturalista da Teoria do Discurso, trabalhado pelos filósofos políticos Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, realizei a pesquisa de campo entre junho de 2015 e maio de 2016 por meio da observação participante nos Conselhos de Direitos da Mulher municipal – do Recife - e estadual, além das pré-conferências e conferências municipais e nacional. Diante de um recorte do material de pesquisa constituído por diário de campo e documentos dos conselhos e das conferências, analisei as reuniões de construção dos eventos no período de junho a dezembro de 2015, referentes aos conselhos e ao espaço do movimento social, o Fórum de Mulheres de Pernambuco. Através da análise, observei a existência de discursos antagônicos que revelam uma abordagem burocrática dos sujeitos dos governos atrelada à realização dos eventos e uma tentativa de imprimir um sentido político, feita por representantes da sociedade civil. Diante das tensões, houve processos de hegemonia governamental, que excluíram as diferenças defendidas pela sociedade civil em nome de cadeias de equivalência construídas a partir de discursos de realização do evento, eleição das delegadas e definição de propostas de políticas em detrimento das avaliações sobre a incidência das políticas públicas na vida concreta das mulheres. Frente a isso, o FMPE, em parceria com quatro entidades, impulsionou a Conferência Livre “Pela Vida das Mulheres”, realizada no dia 07 de dezembro no Recife e que contou com participantes de outras regiões do Estado. Tratava-se uma novidade a realização de conferências livres no segmento das mulheres, já que foi a primeira vez se estavam previstas no regimento da Conferência Nacional. A referida Conferência Livre se constituiu um posicionamento político dos movimentos sociais frente a processos discursivos governamentais hegemônicos, que ocultaram suas pautas, sobretudo, sobre saúde, violência e contexto político. Tratou-se de uma narrativa própria que permitiu articular as identidades e diferenças que não conseguiram se sobressair nas conferências convocadas pelos governos. |