Paralisia cerebral e transtorno do processamento sensorial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: FARIAS, Flávia Cabral de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9115
Resumo: Introdução: A paralisia cerebral é definida como uma desordem sensório-motora, mas mesmo sabendo que os déficits sensoriais são tão limitantes quanto às desordens motoras, os profissionais da reabilitação tendem a enfatizar apenas os déficits motores nas avaliações e intervenções. Na prática clínica, crianças portadoras de paralisia cerebral do tipo diparética espástica apresentam importante transtorno do processamento sensorial, demonstrando maior dificuldade para planejar e executar os movimentos, o que repercute no seu desempenho funcional. Diversos estudos destacam o transtorno do processamento sensorial nas crianças com paralisia cerebral, porém poucos estudos mostram a associação entre esse transtorno e as alterações do desempenho motor. Objetivo: Verificar se as crianças diparéticas espásticas com maior grau de comprometimento do desempenho motor apresentam maior média de itens alterados do processamento sensorial. Método: Foi realizado um estudo descritivo do tipo série de casos, composto por 76 pacientes na faixa etária de 2 a 8 anos e 11 meses, portadores de diparesia espástica, atendidos no período de janeiro a maio de 2009 nos setores da terapia ocupacional, fisioterapia e hidroterapia da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) em Recife, Pernambuco. Inicialmente, a identificação das crianças elegíveis foi feita através de uma busca ativa nos prontuários. Em seguida as mães foram entrevistadas sobre os aspectos sociodemográficos, biológicos, assistenciais e relacionados à estimulação da criança e quando necessário para complementação destes dados a pesquisadora recorria aos prontuários. As crianças foram avaliadas quanto ao transtorno do processamento sensorial através de um roteiro elaborado para crianças com paralisia cerebral e em relação ao nível do desempenho motor através do sistema de classificação da função motora grossa (GMFCS). Resultados: Nas crianças com pior nível de desempenho motor a média de itens alterados do processamento sensorial foi significante maior em relação aos sistemas proprioceptivo e vestibular do tipo hiperresponsivo à gravidade e/ou movimento (p <0, 001 para ambos). Dentre as variáveis biológicas analisadas, as que apresentaram médias mais elevadas de itens alterados do processamento sensorial foram a faixa etária de 4 a 5 anos, o nascimento a termo e um tempo de internamento hospitalar ao nascer menor ou igual há 30 dias. Nenhuma das características socioeconômicas e demográficas dos cuidadores apresentaram associação estatisticamente significante com este índice. Conclusão: A associação entre os transtornos do processamento sensorial e as alterações do desempenho motor foi evidenciada nas crianças com paralisia cerebral do tipo diparética espástica. Sendo assim, a identificação dos transtornos do processamento sensorial dessas crianças favorecerá um melhor planejamento da intervenção dos terapeutas ocupacionais, possibilitando maior adequação dos aspectos sensoriais e consequentemente, melhor desempenho motor e nas habilidades funcionais das crianças portadoras de paralisia cerebral