Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
RAMOS, Dalila de Brito Marques |
Orientador(a): |
NAPOLEÃO, Thiago Henrique |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34205
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Resumo: |
Lectinas são proteínas que se ligam a carboidratos, reconhecendo glicoconjugados nas superfícies celulares. Schinus terebinthifolia Raddi (aroeira-da-praia) é uma planta medicinal cujas folhas contêm uma lectina (SteLL) que apresentou atividade antimicrobiana. A presente tese investigou a atividade antitumoral in vivo de extrato salino (ES) de folhas e da lectina SteLL em camundongos portadores de sarcoma 180. Sendo a dor um dos problemas que afetam diretamente a qualidade de vida dos pacientes com câncer, foi também avaliada a ação antinociceptiva de SteLL. A citotoxicidade para as células de sarcoma 180 foi testada in vitro e os ensaios in vivo foram realizados utilizando camundongos Swiss fêmeas. No ensaio de atividade antitumoral, os tratamentos (NaCl 0,15 M, controle negativo; metotrexato 1,5 mg/kg, controle positivo; ES 100 mg/kg; SteLL 1 e 5 mg/kg) por via intraperitoneal iniciaram no 8º dia após a inoculação dorsal do tumor e duraram 7 dias. Foram analisados o peso tumoral, número e calibre dos vasos tumorais, parâmetros hematológicos e bioquímicos, alterações histopatológicas e ocorrência de micronúcleos nas células da medula óssea. Nos ensaios de atividade antinociceptiva (testes de nocicepção espontânea, hiperalgesia mecânica e da placa quente), foi utilizado modelo ortotópico do sarcoma 180 na pata direita traseira. Os tratamentos foram NaCl 0,15 M (controle negativo), morfina 10 mg/kg (controle positivo) e SteLL (1 e 2 mg/kg), por via intraperitoneal durante 14 dias, a partir do 1º dia após a inoculação das células tumorais. No ensaio in vitro ES e SteLL apresentaram CI₅₀ (concentração que reduz a viabilidade celular em 50%) de 301,65 e 8,30 μg/mL, respectivamente. SteLL reduziu a viabilidade das células por induzir apoptose. Os tratamentos in vivo com extrato e lectina reduziram o peso do tumor em 57,6 a 73,6%, sem diferenças significativas em relação ao metotrexato. Os tumores de animais tratados com SteLL a 5 mg/kg mostraram um número reduzido de vasos secundários, enquanto que o calibre foi menor em todos os grupos tratados. Não foram detectadas alterações nos níveis sanguíneos de ureia, creatina e glicose, enquanto o nível de aspartato aminotransferase estava moderadamente aumentado no grupo tratado com ES. Análise histopatológica revelou vacuolização e esteatose no fígado de animais tratados com extrato e lectina, bem como redução do espaço de filtração e alterações na arquitetura tubular dos rins. Em relação aos parâmetros hematológicos, detectou-se apenas aumento no número de monócitos no grupo ES. O extrato e a lectina não induziram a formação de micronúcleos. Com relação à ação antinociceptiva, tratamento com SteLL aumentou o uso dos membros portadores do tumor, inibiu a hiperalgesia mecânica e aumentou o tempo de latência no teste da placa quente. As patas portadoras do tumor apresentaram volume e peso reduzidos nos animais tratados com SteLL, em comparação ao controle negativo. Em conclusão, ES e SteLL foram agentes antitumorais contra sarcoma 180 sem promover alterações hematológicas relevantes e efeitos genotóxicos; entretanto, sinais de toxicidade hepática e renal foram observados, sugerindo a avaliação das estratégias de administração no futuro. A lectina também apresentou atividade antinociceptiva em modelo de dor causada por tumor. |