Avaliação de parâmetros urbanísticos, à luz dos princípios do urbanismo bioclimático : um caso recifense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: MELO, Artur Paulo Schimbergui Sandes de
Orientador(a): FREITAS, Ruskin Fernandes Marinho de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento Urbano
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40981
Resumo: O atual processo de urbanização tem interferido no ambiente natural, negativamente, gerando significativos problemas de ordem ambiental. Dentre esses problemas, os impactos no clima, através de alterações das variáveis climáticas, têm modificado a vida cotidiana nas cidades, interferindo no equilíbrio do meio e sobre o conforto e a salubridade das populações urbanas. A forma urbana é um dos aspectos que pode ser planejada para evitar os impactos negativos da urbanização. Os parâmetros urbanísticos contidos na Lei do Uso e da Ocupação do Solo de Recife são alguns dos principais fatores de alteração do ambiente, auxiliando a produção de novas formas urbanas. Em clima tropical litorâneo quente e úmido, as principais estratégias no sentido de promover o conforto ambiental são a ventilação e o sombreamento. Tais estratégias podem ser alcançadas a partir de soluções urbanísticas, a exemplo de afastamentos entre as edificações, a promoção de arborização urbana e de permeabilidade do solo. Apresenta-se a hipótese geral de que parâmetros urbanísticos que considerem os princípios do urbanismo bioclimático promovem espaços adequados às características físicas e ambientais locais e contribuem para um satisfatório desempenho climático, em recintos urbanos. O objetivo geral visou avaliar a contribuição dos parâmetros urbanísticos existentes na Lei dos 12 Bairros, para a qualidade climática, de recintos urbanos, na cidade do Recife. Utilizou-se o método hipotético-dedutivo, através de: pesquisa bibliográfica e documental, observações, tomadas de fotografias e medições microclimáticas. O resultado das medições microclimáticas (temperatura do ar, umidade relativa do ar e direção e velocidade dos ventos), realizadas em setembro e em dezembro de 2019, e no início de janeiro de 2020, nos bairros do Poço da Panela, Casa Forte, Casa Amarela, Tamarineira e Rosarinho, revelou que os maiores valores médios de temperatura do ar (31,2ºC e 31,1ºC) e os menores valores médios de umidade relativa do ar (62,0% e 63,8%), foram observados próximos a vias com grande fluxo de veículos (Av. 17 de Agosto, em Casa Forte, e Av. Norte, no Rosarinho), em áreas com maior quantidade de solo impermeável, baixa densidade de vegetação e menor quantidade de solo natural. O menor valor médio de temperatura do ar (27,6ºC) e o maior valor médio de umidade relativa do ar (69,2%), foi observado às margens do rio Capibaribe, no Poço da Panela, em área com maior presença de vegetação, velocidade dos ventos, alternância de altura das edificações e gabaritos instituídos em razão da largura da via. O maior acúmulo de calor registrado em relação à Estação Automática de Referência – Inmet ocorreu em setembro de 2019, igual a 3,3°C. Quanto à ventilação, os maiores valores médios de velocidade dos ventos e direção constante, foram observados nas áreas com alternância de altura das edificações, em razão da largura da via, e maior afastamento entre as construções. A pesquisa realizada em Recife comprovou que o respeito às características físicas e ambientais, a diversidade de altura das edificações em relação à largura da rua e a definição de maiores percentuais de solo natural para as construções produziram influências positivas sobre os elementos climático-ambientais.