Política institucional de formação continuada dos servidores da UFPE : (entre) laços e nós

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: SILVA, Neide Menezes
Orientador(a): CUNHA, Kátia Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56015
Resumo: Esta pesquisa é fruto de nossa trajetória pessoal, acadêmica e profissional, cuja atuação como pedagoga se entrelaça com as políticas de formação desenvolvidas na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Assim, considerando que as funções primordiais da universidade pública estão alicerçadas nas dimensões basilares, ensino, pesquisa e extensão, passamos a questionar o lugar dessas dimensões no contexto da formação continuada dos servidores da UFPE. Nossa inquietação é inscrita na possibilidade da política formativa contemplar essas dimensões, repercutindo no trabalho desenvolvido na instituição. Nesse sentido, procuramos investigar: como a política institucional de formação continuada dos servidores da UFPE, em seu processo de discussão e construção, contempla as dimensões ensino, pesquisa e extensão? Mobilizadas por essa inquietação, nosso objetivo geral foi analisar a política institucional de formação continuada dos servidores da UFPE focalizando as interfaces com as dimensões basilares da universidade pública – ensino, pesquisa e extensão – no processo de discussão e construção dessa política, à luz da Análise de Discurso. Nessa perspectiva, trabalhamos com os objetivos específicos: analisar se, em seu processo de discussão e construção, a política institucional de formação continuada dos servidores da UFPE contempla as dimensões: ensino, pesquisa e extensão; realizar análise documental de normativos que fazem parte da rede interdiscursiva dessa política; apreender os sentidos da política em foco para os atores envolvidos em sua construção (gestão, professores, técnicos); discutir, através dos discursos dos participantes da pesquisa, os limites/dificuldades e possibilidades/potencialidades da política institucional de formação continuada dos servidores da UFPE. Nossa ancoragem teórico- metodológica foi a Análise de Discurso a partir de Orlandi (1996, 2007, 2015), com o recurso ao corpus documental e entrevistas semiestruturadas como instrumentos de produção dos dados. Diante da análise, identificamos uma lacuna formativa na UFPE para os Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs), sugerindo que a institucionalização de uma política pode preencher esse hiato, abrangendo todos os servidores da universidade. Durante a discussão e elaboração da política, observou- se uma assimetria histórica em relação à ênfase dada ao ensino e pesquisa em comparação com a extensão universitária. Os sujeitos destacaram gestão e inovação como atividades universitárias, indicando uma ampliação de dimensões, além de ensino, pesquisa e extensão. Compreendemos que a política busca mudar a cultura organizacional, promovendo identidade institucional, unidade e integração dos servidores para uma universidade mais democrática e inclusiva. No entanto, a construção dessa identidade requer discussões prolongadas e negociações. Quanto aos desafios, os nós apontaram: dificuldades de pessoal, infraestrutura, orçamentárias e relacionadas à pandemia da COVID-19, além da necessidade de conciliar as diferentes necessidades formativas de docentes e TAEs. As potencialidades e laços envolvem: alargamento institucional de oportunidades de formação e o fortalecimento da pesquisa e da ciência, possibilitando tornar a UFPE uma referência em formação. Assim, nossa tese sustenta que a construção de uma política de formação requer não apenas implementação política, mas também uma reflexão interna sobre o espaço formativo como plural e inclusivo, reconhecendo que mudanças resultam de disputas entre diferentes sujeitos com interesses diversos, atravessados por nós e desafios, laços e possibilidades.